Espírito Santo Wealth Management é a nova identidade do Grupo Espírito Santo no Luxemburgo

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Nuno Coimbra

A Espírito Santo Wealth Management (ESWM) é um prestador de serviços financeiros luxemburguês exclusivamente dedicado ao acompanhamento dos clientes do Grupo Espírito Santo que, essencialmente no espaço europeu, mas também noutros mercados onde o Grupo esteja presente, procurem serviços eficientes de gestão e estruturação dos seus patrimónios financeiros.

João Caiano, Chief Investment Office na nova gestora, explicou à Funds People que a entidade é independente das estruturas já existentes no que refere a gestão de carteiras dentro do Grupo Espírito Santo, mantendo, apenas ligação, com o Banque Privée Espírito Santo tanto em Portugal como na Suíça. Com esta última, há uma natural partilha de sinergias, especialmente ao nível dos comités de investimento, onde é definida a estratégia de alocação de ativos adequada aos diversos momentos de mercado e ao portfólio de clientes existente.

Assim e, conforme se pode ler na brochura da ESWM, trata-se de “uma entidade totalmente focada no cliente concentrando a sua atividade no aconselhamento e gestão de patrimónios”, pelo que a custódia de ativos do cliente ficará onde o mesmo decidir, desde que o banco escolhido pertença ao universo do Grupo Espírito Santo ou a uma das instituições financeiras com quem a ESWM tenha estabelecido acordos.

Serviços prestados numa lógica de interacção de equipas

A ESWM coloca à disposição dos seus clientes três tipos de serviço: o de execução, o de advisory e o de gestão discricionária através de um mandato de gestão composto por quatro módulos de estratégias diferentes – tesouraria, obrigações ou rendimento, ações, commodities. João Caiano considera que “é no advisory que acrescentamos realmente valor” com aquilo que denominam por strategic wealth planning, isto é, uma metodologia de gestão e supervisão sistemática que garante ao cliente a vigilância e optimização constante da sua carteira e o seu respectivo ajustamento consoante as condições de mercado. Com uma segmentação em que se pretendem clientes com um património financeiro superior a 500 mil euros, é do investment center recém-criado, que saem as diretrizes no que refere a alocação de ativos para os vários perfis de risco. De destacar que este centro de investimento associado ao serviço de aconselhamento é composto pela equipa de João Caiano,  Francisco Amorim, Ricardo Henriques e Estela Coutinho e o seu produto final é fruto do trabalho conjunto com outros elementos da equipa suíça do Banque Privée Espírito Santo no âmbito dos comités de investimento trimestrais.

“Onde poderá haver problemas?”

Esta questão, segundo o CIO da ESWM, é a que gostam de debater quando definem a alocação de ativos das carteiras. “Sair do comodismo” e desfazer posições em classes de ativos que estão a apresentar bons retornos não é fácil para um gestor de carteiras, no entanto na ESWM tentam antever problemas futuros através de uma análise rigorosa dos vários drivers das diferentes classes de ativos. A decisão de sobreexposição ou subexposição a determinada empresa, sector, geografia ou divisa é tomada tendo como base percentagens (de overweight ou underweight) definidas para cada perfil de risco. Atualmente, na entidade diminuíram a exposição a emergentes, dada a instabilidade de alguns desses mercados, mantendo um posicionamento neutral, sendo selectivo nos vários mercados emergentes, preferindo países onde as contas externas estejam mais equilibradas como a Russia e evitando outros que apresentam alguns desequilíbrios como a Turquia. 

A gestora tem à disposição um universo de investimento bastante alargado com exposição global a diferentes geografias e  divisas, em parte devido à presença do Grupo Espírito Santo em vários mercados e, portanto, adopta um processo de seleção a pensar no serviço prestado e no perfil de risco do cliente. João Caiano lembra que “o tempo é uma determinante importante e que num cliente de advisory, este será tendencialmente superior ao de um cliente com um mandato de gestão discricionária”. Neste sentido, a flexibilidade e adaptabilidade do asset allocation são características que os especialistas tentam ter sempre presentes.

Quanto à seleção de ativos e ao tipo de investimento escolhido, o CIO da recém-criada gestora de patrimónios luxemburguesa, diz que para determinadas classes de ativos como high yield, mercados emergentes, cat bonds preferem o veículo fundos enquanto nos mercados desenvolvidos, tanto em ações como obrigações, a opção é 50-50 contemplando fundos, ETFs trackers ou o investimento direto.