Estratégias diferentes rumo ao futuro

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mikel.hendriks, Flickr, Creative Commons

Apesar do atual contexto no mercado imobiliário ser de volatilidade e alguma incerteza, para as entidades contactadas pela Funds People, o futuro reserva algumas tendências relativamente sólidas.

Pedro Coelho, Administrador da Square Asset Management, espera que se “assista a um aumento do número de transações no mercado “institucional”, nomeadamente no que diz respeito a aquisições de ativos bem localizados. Também positivo, Manuel Puerta da Costa, do Conselho de Administração do BPI Gestão de Activos, prevê que nos próximos anos “o mercado imobiliário se caracterize por uma ligeira retoma num contexto de elevadas yields, mas também de acréscimo de procura por parte de investidores estrangeiros que não encontram este tipo de remunerações em mercados “core” da Europa”.

Já Rui Alpalhão, Presidente Executivo da Fundbox, acredita que haverá uma “saída progressiva dos investidores estrangeiros com estratégia core e core plus do mercado português, e uma entrada progressiva de investidores estrangeiros oportunistas”.

“Verificamos atualmente uma estrutura da sociedade em grandes mutações, com geografia familiar a sofrer profundas alterações. A casa, por exemplo, é hoje um espaço partilhado por diferentes tipos de famílias”, exemplifica Diogo Pinto Gonçalves, Administrador da Selecta, que quer acreditar que o mercado de arrendamento será mais dinâmico no futuro “por força da maior mobilidade das pessoas”.

Adicionar valor é factor-chave

Mais do que num sector em específico, algumas gestoras acreditam que a rentabilidade futura encontrar-se-á ao nível da estratégia: “importará menos o sector e mais a estratégia (oportunista – valor acrescentado e não core) e a forma de financiamento (equity e não dívida), diz Rui Alpalhão, da Fundbox. Diogo Pinto Gonçalves, da Selecta, refere que “ao nível da distribuição espacial tem que se entender a nova forma de vida que deve ser coincidente com o espaço imobiliário. Ao nível institucional temos que olhar para a empresa cada vez mais horizontal e menos vertical”.

Manuel Puerta da Costa, do BPI Gestão de Activos, por seu lado, destaca o retalho como o sector com mais potencial no futuro, devido “ao peso que o consumo tem e terá na economia portuguesa, e em especial o retalho da zona “prime”, diz, exemplificando que “depois da Avenida da Liberdade se ter tornado um eixo incontornável deste sucesso, outras oportunidades poderão ocorrer noutras localizações privilegiadas”. Perspetiva mais abrangente tem o Administrador da Square Asset Management – SGFII, SA, Pedro Coelho, que acredita que “os ativos mais rentáveis são transversais aos diversos setores”, sendo crucial fazer-se uma análise “relação retorno/risco de cada investimento”.