ETF mais subscritos em dezembro: investidores preferiram os metais preciosos e os índices de ações globais

O mês de dezembro apresentou tendências diferentes nas subscrições dos ETF. Se, por um lado, no Banco Carregosa predominaram os short ou inverse ETF, no Banco BEST predominaram os índices de ações. No entanto, também foi possível verificar algumas preferências comuns nas subscrições destes produtos, como os materiais preciosos e os índices de ações globais.

Segundo João Queiroz, head of Trading do Banco Carregosa, o contexto macroeconómico, marcado por um cenário de incerteza onde predominam os receios de um abrandamento do ritmo do crescimento devido a uma política económica agressiva, influenciou o padrão de negociação e de alocação das carteiras. “Assistiu-se a uma transição do quadro de preocupações que parece ter deixado de se centrar na estabilidade de preços ou inflação para a evolução do ritmo de crescimento económico ou a sua ausência”, afirma.

Desta forma, os investidores estiveram mais focados em mitigar a eventual depreciação das suas carteiras mais correlacionadas com os mercados acionistas, recorrendo a short ou inverse ETF, complementados com dívida soberana de curto prazo e materiais preciosos como o ouro.

Apesar das obrigações e dos materiais preciosos não terem, aparentemente, funcionado como refúgios durante todo o ano de 2022, no último trimestre houve um investimento mais evidente nos instrumentos de dívida, sobretudo de muito curto-prazo, devido à aparente estabilidade das obrigações.

“Também as carteiras de poupança de longo-prazo que em finais do ano observam reforços, assistiram a aumentos de exposição em índices globais como o MSCI World sem risco cambial, e o S&P500 com geração de retornos ou pagamentos trimestrais”, afirma João Queiroz.

Os investidores e traders optaram por uma alocação curta/longa em índices como o Nasdaq100 e as Biotechs devido ao reaparecimento do tema da COVID-19 e à diferente gestão da China e aos impactos das perspetivas de abrandamento económica em mercadorias como o crude e o gás natural.

Por sua vez, Rui Castro Pacheco do Banco BEST, afirma que o mês de dezembro foi novamente dominado pelos índices de ações, com seis índices a fazer parte do Top 10. Esse protagonismo é dividido com as commodities, que contam com quatro presenças no Top 10.  

“Nas ações, podemos começar por um índice global, aparecendo no Top representado pelo iShares Core MSCI World UCITS ETF”, afirma o responsável de Investimentos.

As outras opções vão, na sua maioria, para os Estados Unidos, onde é possível encontrar duas escolhas no índice mais tecnológico, com o Invesco EQQQ NASDAQ-100 UCITS ETF e com o Invesco QQQ Trust; e uma opção mais generalista S&P 500, com o SPDR® S&P 500 ETF Trust.

As empresas de IT Global e as empresas indonésias são, no entanto, exceções, com o Xtrackers MSCI World Information Technology UCITS ETF e o Lyxor MSCI Indonesia UCITS ETF, respetivamente.

Quanto às commodities, Rui Castro Pacheco afirma que registaram “procura pelos principais metais preciosos, o Ouro, com o SPDR® Gold Shares, e a Prata, com o iShares Silver Trust, e também pelos principais ativos energéticos, o Gás Natural, com o United States Natural Gas Fund, LP PTP Withholding Tax, e o Petróleo, com o United States Oil Fund, LP PTP Withholding Tax”.

Na tabela seguinte é possível verificar o Top 10 de ETF mais subscritos no mês de dezembro do Banco Carregosa e do Banco BEST.

ETF mais subscritos em dezembro