No mês de setembro foram vários os eventos relevantes para os mercados financeiros, afetando diretamente as decisões dos investidores, especialmente aqueles que investem em ativos de maior risco.
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No mês de setembro foram vários os eventos relevantes para os mercados financeiros, afetando diretamente as decisões dos investidores, “especialmente aqueles que investem em ativos de maior risco, com os mercados de ações a serem marcados por uma elevada volatilidade”, explica João Queiroz, head of trading do Banco Carregosa.
“Um desses eventos”, continua o profissional, “foram as declarações de Goolsbee, membro da Fed, que indicou incertezas sobre o futuro ritmo da política monetária, o que provocou movimentos significativos nos principais índices acionistas”. O EuroStoxx600, comenta também o profissional, "acumulou um ganho de 2,6% no terceiro trimestre, refletindo algum otimismo, mas ainda com cautela quanto ao futuro".
Para os investidores em ETF de ações, essa volatilidade pode ser observada quer como uma oportunidade, quer como um risco. Assim, os ETF que seguem índices como o S&P 500, DAX40, ou de outros mercados europeus, foram sendo considerados, “com base na exposição ao setor de tecnologia, que continuou a apresentar um relevante desempenho, ou setores mais defensivos, como cuidados de saúde e bens de consumo”, afirma João Queiroz.
ETF de obrigações de curto prazo registam maior procura
Por sua vez, nas obrigações ainda se continuou a observar alguma incerteza quanto ao ritmo de descidas das taxas de juro, visto que a trajetória da inflação estrutural é claramente de queda. “A expectativa de uma política monetária mais restritiva levou ao aumento das yields das obrigações de longo prazo. Esta subida de rendimentos impacta negativamente o preço das obrigações, levando a uma diminuição do valor de ETF focados em obrigações, sobretudo, de longo prazo”, relata o profissional.
No entanto, os ETF de obrigações de curto prazo ou com uma estratégia de investimento em obrigações indexadas à inflação registaram maior procura por oferecerem outra forma de imunização contra a hipotética subida de juros e a hipotéticos cenários de inflação persistente. “Os investidores que procuram estabilidade de rendimento preferiram esses produtos, sobretudo, aqueles que equilibram a exposição entre dívida soberana e corporativa de alta qualidade”, conta.
Já para investidores em ETF que procuravam elevada exposição a dívida soberana ou corporativa, o foco voltou-se para regiões com políticas fiscais mais sólidas e empresas com baixo nível de endividamento. “Atendendo à situação dos mercados em setembro, a seleção de ETF pelos clientes aparentou ser criteriosa”, afirma João Queiroz, acrescentando que “a volatilidade nas ações, a incerteza nas descidas nas taxas de juro e a pressão nos mercados de dívida indicam que os investidores consideraram uma alocação equilibrada entre diferentes classes de ativos”. A diversificação geográfica e setorial aparentou ter sido crucial, com uma atenção especial ao risco de juros, inflação e crescimento económico global.
Mercados americanos de ações em destaque
Do lado do Banco Best, em setembro, as ações voltaram a estar em destaque maior, sendo a classe de ativos mais subscritas, com especial destaque para o Índice norte-americano S&P500. “No topo deste mês, o iShares Core MSCI World UCITS, uma opção mais generalista e global de ações, voltou a merecer a preferência dos investidores”, afirma Ângelo Custódio, trader na entidade.
Desta forma, os mercados americanos de ações estiverem em destaque, “isto apesar de setembro não ser um mês historicamente simpático para os investidores de ações americanas”, explica o profissional. Ângelo Custódio afirma ainda que “a ação da Reserva Federal, com o primeiro corte de taxas de juros desde 2020, foi fundamental, incentivando os investidores a vestirem a sua pele de touro e a colocarem as suas fichas numa economia mais fortalecida e dinâmica, focada no incentivo do consumo e no crescente aumento dos lucros das empresas”.
Já nas obrigações, as obrigações soberanas de mercados emergentes denominados em dólares, as obrigações governamentais americanas de longo prazo e de curto prazo foram as escolhas dos investidores. “Destaque ainda para o setor de petróleo e gás, com o ETF iShares Oil & Gas Exploration & Prod UCITS, instrumento focado na performance dos principais produtores de petróleo e gás, a demonstrar novamente apetite por parte dos investidores no mercado de commodities”, acrescenta o profissional.
ETF mais subscritos em setembro
Banco Carregosa | Banco Best |
Vanguard S&P 500 UCITS ETF | iShares Core MSCI World UCITS ETF |
First Trust Cloud Computing UCITS ETF | iShares JPM USD EM Bond EUR Hedged UCITS ETF |
ProShares Bitcoin Strategy ETF | iShares USD Treasury Bond 20+yr UCITS ETF |
iShares Gold Producers UCITS ETF | iShares Core S&P 500 (Acc) UCITS ETF |
iShares MSCI World EUR Hedged UCITS ETF | iShares MSCI Brazil UCITS ETF |
iShares Markit iBoxx High Yield ETF | iShares S&P 500 Info Technology Sector UCITS ETF |
Source S&P 500 EUR Hedged | Vanguard S&P 500 Acc UCITS ETF |
iShares Core DAX® UCITS ETF | JPM BetaBuilders US Treasury Bond 0-1 yr UCITS ETF |
iShares Lehman 20+ Year Treasury Bond | iShares USD Treasury Bond 3-7yr UCITS ETF |
Xtrackers MSCI World Financials UCITS ETF | iShares Oil & Gas Exploration & Prod UCITS ETF |