Europa vs. Estados Unidos: duas maneiras muito distintas de abordar o investimento temático

eua europa
Créditos: Louis Hansel (Unsplash)

O investimento temático passou nos últimos anos por um importante crescimento patrimonial. Segundo os dados da Accelerando Associates, o volume de ativos atualmente detido por este tipo de produtos a nível global ronda os 850.000 milhões de euros. Atingiu cerca de um bilião de euros em meados de 2021, mas a forte correção que o mercado começou a sentir afetou de maneira muito significativa este tipo de estratégias, muito expostas ao estilo growth.

Segundo os cálculos da gestora, a Europa é a região onde a integração de investimento temático foi mais forte. A região é responsável pela maioria do património investido neste tipo de produtos. Aproximadamente 60% desses 850.000 milhões correspondem a investidores europeus, em comparação com os 40% que estão nas mãos de participantes norte-americanos.

Abdelak Adjriou.
Fonte: Morningstar Direct, com dados a 30 de setembro de 2022. Gráfico da Accelerando Associates.

Mas talvez o mais interessante seja a maneira diferente de construir posições no universo dos temáticos dos investidores de cada lado do Atlântico. Na Europa, 90% do património em fundos temáticos está investido em estratégias de gestão ativa. Ou seja: os ETF e os fundos indexados representam apenas 10% do total. No entanto, nos Estados Unidos acontece o oposto. 81% dos ativos em investimento temático está em estratégias de gestão passiva, face a apenas 19% em produtos de gestão ativa.

Para Philip Kalus, a pergunta agora é sobre a longevidade da tendência. Vai durar? O que pode mudar? Dado o atual contexto de investimento, as alterações regulatórias e também a dinâmica dos fluxos, o conselheiro delegado da Accelerando Associates prevê que a tendência de aumento da quota de mercados dos investimentos temáticos se vai manter. Pelo menos por enquanto. 

A longo prazo, espera que mais abordagens temáticas sejam integradas nos fundos regionais, o que pode causar uma certa queda em ativos nos fundos temáticos tradicionais. Com o tempo, também prevê uma maior proporção de produtos passivos em resposta à crescente procura por soluções beta temáticas.