Exposição das gestoras de fundos mobiliários a fundos nacionais e estrangeiros

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Créditos: Mediamodifier (Unsplash)

Em junho deste ano tínhamos apresentado as gestoras com maior exposição a fundos nacionais e internacionais. Agora, mostramos uma atualização dessa análise, com base em dados da APFIPP, referentes a setembro.

Desde logo, é possível verificar que, de junho a setembro deste ano, o mercado português de fundos mobiliários cresceu 6,81%. Os fundos mobiliários, que são parte deste total de ativos, cresceram 31,8% no mesmo período.

Efetivamente, dos 18,3 mil milhões de euros que configuram o mercado português de fundos mobiliários, cerca de 6,4 mil milhões de euros estão alocados a fundos de investimento - 96% desse valor a fundos estrangeiros e cerca de 4% a fundos nacionais.

Na primeira tabela apresentada abaixo, onde estão demonstradas as casas gestoras que mais alocam a fundos de investimento, o cenário não mudou muito face ao mês de junho. Como esperado, a exposição a fundos internacionais aumentou relativamente mais comparativamente à exposição a fundos nacionais. Em percentagem, a participação em fundos estrangeiros subiu 32,8% e, em fundos nacionais, 9,1%.

Atentando às unidades de participação em fundos internacionais, todas as gestoras, à exceção da Crédito Agrícola Gest, aumentaram a sua exposição. A que registou um maior aumento em termos absolutos foi a Santander Asset Management (em 1.026 milhões de euros). No total, a participação das entidades nacionais em fundos estrangeiros cresceu 1.542 milhões de euros.

Em fundos nacionais, a Caixa Gestão de Ativos, a BPI Gestão de Ativos e a IM Gestão de Ativos continuam a ser as entidades com mais unidades de participação. E, em fundos estrangeiros, este Top altera-se com a entrada da Santander Asset Management, ocupando a terceira posição.

Fonte: APFIPP, dados em milhares de euros

Já em termos do peso dos fundos internacionais no total dos ativos sob gestão das entidades, os intervenientes mais preponderantes são outros. Vemos agora, por exemplo, o emergir da Optimize Investment Partners. Nesta casa gestora, os veículos domiciliados no estrangeiro pesam um total de 48,1% nos seus ativos sob gestão. No entanto, é a Santander Asset Management que apresenta o maior valor (54%). De facto, foi a SAM que verificou o maior aumento do peso dos fundos estrangeiros no total de AuM comparativamente a junho (31,6 pontos percentuais).

Os fundos nacionais, por outro lado, não têm grande representatividade no total de ativos sob gestão das casas gestoras nacionais. Destacada está, uma vez mais, a Optimize IP cujos instrumentos de gestão de terceiros domiciliados em Portugal pesam um total de 8% nos seus AuM. Ainda assim, face a junho, estes valores por parte da entidade liderada por Pedro Lino representam um decréscimo no total de ativos sob gestão.

Fonte: APFIPP, dados em euros