Factores ESG: como olham os selecionadores nacionais para esta nova tendência?

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FundsPeople Espanha

Na recente conferência organizada pelo CFA Institute e pela CFA Society Portugal, subordinada ao tema “Asset Owners: New Trends in Manager Selection and Performance Evaluation", outro dos pontos em debate foram os factores ESG, tão em voga nos dias de hoje. Como olham a Task Wealth Management, a WMU do Millennium BCP, a GNB Gestão de Ativos e a Caixagest para esta questão?

Confira em baixo a opinião dos quatro profissionais:

Os fatores ESGs aparecem atualmente como uma nova tendência no mercado.Como é que veem os selecionadores de fundos e os gestores a terem em conta este novo aspecto? Consideram que esta é efetivamente uma nova tendência? Como é que a têm em conta no seu trabalho?

João Caiano – Acredito que existe definitivamente uma tendência a este nível. No entanto, no nosso caso, nós não temos ainda em conta este factor na nossa seleção, pois não vemos uma geração de alpha efetiva que este tipo de factores possa trazer. No entanto, por curiosidade, olhamos com sentido crítico para os novos fundos que estão a aparecer no mercado e que incluem este tipo de investimento.

Inês Oliveira Eu diria que mais do que uma tendência é algo um pouco ‘in fashion’. Claro que o racional que está por detrás dos investimentos ESG pode fazer sentido, mas no nosso caso ainda não incorporamos no processo de seleção este tipo de critérios, porque acredito que as métricas que lhes são subjacentes não estão estabelecidas, e ainda existe alguma regulação em falta que também terá impacto ao nível da informação necessária para tomada de decisões de investimento. 

João Pina Pereira – Também concordo que o ESG é definitivamente uma tendência, mas atualmente não estamos a ver os factores ESG como algo importante para nós. Acredito que poderá ser muito importante num futuro próximo, mais especificamente no que toca a fundos de investimento ou classes de ativos que estarão dedicadas exclusivamente a este tipo de investimento. Por enquanto, contudo, esta não é a nossa principal preocupação.

Cristina Brízido – No caso da Caixagest, posso falar na ótica da gestão de um fundo ESG – temos na nossa oferta um fundo multi-ativo ESG com uma abordagem muito simples em que segue um par de índices ESG - mas também na ótica de selecionadora de gestores ESG. Quando se trata desta última tarefa há que ter em conta a questão da falta de track record dos fundos e ainda o facto de a indústria ainda não estar muito certa relativamente sobre o que é essencial procurar num gestor deste tipo de estratégias. Diria que se eu tivesse que selecionar um gestor dentro deste universo é muito importante olhar para a equipa, mas também olhar para a definição que usam e têm em conta no que toca ao ESG. Existem  significados e abordagens muito diferentes.