Fidelidade indica estar pronta para integrar de forma mais sistemática os critérios ESG na carteira de investimentos

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Créditos: Markus Spiske (Unsplash)

No seu relatório anual referente a 2021, a Fidelidade mostra que a carteira de investimentos cresceu 3,6% para os 18,1 mil milhões de euros em 2021, “tendo a rentabilidade média anualizada da carteira de investimentos atingido 3,5%, num contexto de taxas de juro muito reduzidas”.

A companhia seguradora dá destaque à sua estratégia de investimento prudente, que se vê na alocação de ativos refletida na tabela, com uma percentagem de apenas 5% alocada a ações. A rubrica com maior crescimento relativo foi a do imobiliário, que pesa agora 13% no total da carteira. “Em 2021, deu-se continuidade à política de diversificação por classe de ativos e geografias, como forma de maximizar a rentabilidade com um adequado nível de risco face ao ambiente de reduzidas taxas de juro, tendo em consideração a otimização da estrutura de capital no âmbito do regime Solvência lI”, pode ler-se no relatório anual. 

Nota para o facto de o investimento realizado através de fundos de investimento (bem como os derivados) não estar desagregado do investimento direto no detalhe da tabela. Contudo, dados de 2020 mostravam-nos que menos de 10% do total da carteira era canalizada por esta tipologia de veículo de investimento

A companhia obteve um resultado de investimento no ano na ordem dos 330,41 milhões de euros, o que contribuiu para os 270,24 milhões de resultado líquido, um crescimento de 21,6%. 

Mudança de abordagem no negócio Vida

A companhia seguradora comunica que num contexto macroeconómico de baixas taxas de juro sentiu como necessária uma revisão da gama de produtos centrada “em produtos com capital não garantido (unit-linked). A redefinição da oferta, na qual se destaca a cadência regular de lançamento de séries fechadas não garantidas, conduziu a um crescente peso deste tipo de produtos, contribuindo para um maior equilíbrio da carteira”. 

A esta reformulação, e como está patente no relatório, “junta-se uma aposta em capacidades diferenciadas de gestão de ativos, de modo a explorar o potencial que esta linha de negócio apresenta no mercado português”.

Sustentabilidade

No campo da sustentabilidade, e no seguimento de, já em 2020, a companhia ter indicado “uma composição do portefólio de investimentos com base em princípios do Desenvolvimento Sustentável”, vê-se agora um aprofundar do compromisso. Pode ler-se no relatório de sustentabilidade que acompanha as contas de 2021 que com um “campo de ação, uma cadeia de valor e um universo de stakeholders alargado” como o da Fidelidade, esta “parte de uma posição de privilégio e de equivalente responsabilidade para induzir comportamentos mais sustentáveis nas áreas da poupança, da prevenção e da mobilidade sustentável e ambiental”. 

Indicam também estar “prontos para dar um salto mais relevante e integrar, de forma mais sistemática”, critérios sociais, ambientais e de governance na  carteira de investimentos

Em termos práticos, nas novas soluções de investimento, a proximidade com o ESG reflete-se no lançamento de um novo seguro PPR, o PPR 40+ESG. Falamos de uma “solução financeira em que os índices de ativos estão alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e com os Princípios de Investimento Responsável”.