O maior êxito no trabalho em 2024
O êxito de um selecionador depende da capacidade de identificar e concretizar oportunidades de investimento resilientes, em contextos marcados por volatilidade e incerteza.
2024 tem sido um ano repleto de desafios – desde as tensões geopolíticas até aos ajustes nas políticas monetárias – que criaram um ambiente complexo, mas fértil, para a gestão de investimentos. Ao longo do ano, a Baluarte conseguiu demonstrar que, mesmo num ambiente onde a gestão passiva é frequentemente a escolha mais acessível e fácil, a gestão ativa continua a desempenhar um papel essencial para aqueles que pretendem não apenas acompanhar o mercado, mas superá-lo e proteger o património em períodos de incerteza.
Para além dos resultados financeiros, um dos marcos que mais nos orgulha é o reforço da relação com os investidores que aconselhamos. A capacidade de comunicar de forma clara e fundamentada o valor das seleções e justificar as decisões de investimento reforçou a relação com todos para quem trabalhamos. O sucesso em demonstrar que, apesar dos tempos desafiantes, é possível manter uma estratégia coerente e orientada para o longo prazo – garantindo a valorização responsável dos ativos – constitui, para nós, o verdadeiro barómetro do êxito.
O que correu menos bem
Em retrospetiva, é sempre possível argumentar que poderia ter sido mais eficaz. Houve desafios significativos, principalmente na resposta de curto prazo a mudanças inesperadas nos mercados, como variações significativas das taxas de juro, ou rápidas rotações sectoriais. Em certos momentos, a escolha de alguns fundos revelou-se menos ágil do que eu gostaria.
O que mais a apaixona na função de selecionar um fundo?
O que me apaixona nesta função é a complexidade e a exigência de equilíbrio entre a análise técnica e o entendimento do que cada tipo de gestão pode oferecer. Cada escolha é, para mim, uma oportunidade de perceber profundamente a filosofia dos gestores, de avaliar o potencial de criação de valor.
Saber que estas decisões podem impactar positivamente a vida financeira dos investidores que aconselhamos é algo que, honestamente, me dá muita satisfação, mas reconheço também que é uma grande responsabilidade.
E o que é mais difícil?
Entre os desafios, o maior talvez seja o de comunicar, de forma clara e fundamentada, as razões por detrás das escolhas, especialmente quando os investidores sentem a pressão das flutuações de curto prazo.
Em ambientes voláteis, a pressão para apresentar resultados imediatos pode ser intensa, e explicar o valor da nossa atividade, que visa retornos consistentes a longo prazo, exige uma comunicação cuidadosa e baseada em dados sólidos. A função de selecionador implica uma capacidade de comunicação que transcende o domínio técnico e envolve empatia e uma visão estratégica.
Como vê a função de selecionador no futuro e que competências considera essenciais?
A função de selecionador tem evoluído de forma significativa, especialmente com a integração de novas tecnologias e uma abordagem cada vez mais quantitativa. No futuro, acredito que o selecionador será ainda mais valioso, pois terá de desempenhar um papel crítico na análise da oferta crescente, definindo com precisão qual o instrumento mais adequado para cada segmento do portfólio, ou investidor.
A Inteligência Artificial e o Machine Learning vão, sem dúvida, reforçar o suporte na análise de fundos e na identificação de padrões de mercado, mas a interpretação e o julgamento humano serão indispensáveis para garantir que os dados quantitativos não substituem o raciocínio estratégico.
A função do selecionador será, em grande parte, a de encontrar sinergias eficazes, utilizando a tecnologia como ferramenta de suporte, mas mantendo um olhar crítico sobre o universo de investimentos, valorizando a abordagem qualitativa das equipas de gestão e instituições em que se integram.
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