Fitch mantém ‘rating’ para Portugal e perspectiva negativa

A Fitch manteve o ‘rating’ para a dívida pública portuguesa de longo prazo, em ‘BB+’, com perspectiva negativa, tendo em conta, por outro, os progressos feitos no âmbito do programa de ajustamento, mas, por outros, um aumento dos riscos políticos e macro.

A reafirmação desta classificaçãoo “reflecte o progresso feito na implementação do programa do FMI-UE até à data, mas os crescentes riscos político, de implementação e macroeconómico, justificam a manutenção do ‘outlook’ negativo”, refere a Fitch, numa nota divulgada ontem.

Apesar de reconhecer que o programa de ajustamento continua no bom caminho, a agência de notação afirma que este “atravessa uma fase delicada”; salienta que o compromisso entre os partidos para a sua implementação e a coesão social “estão a ser testados pelo Orçamento de Estado para 2013 [OE 2013]” e acrescenta que,  um “impasse institucional que leve a uma paralisia das políticas, seria negativo para o ‘rating’”.

A Fitch estima que o Produto Interno Bruto (PIB) contraia 1,5% em 2013, “antes de uma recuperação gradual a médio prazo”, referindo que existem “riscos de deterioração significativos a esta estimativa”, nomeadamente relacionados com o OE 2013 e com o impacto da situação económica difícil de Espanha.

A agência reconhece que “a ‘desvalorização interna’ é um processo doloroso mas permanece, na sua opinião, como “necessário para restaurar a competitividade de Portugal na Zona Euro”.

Na mesma nota, a agência de notação diz acreditar que o compromisso do governo português com o programa é “forte” e o seu cenário base é que “as metas serão cumpridas”. Apesar disto, sublinha, “ainda há um caminho a percorrer no ajustamento orçamental e o risco de derrapagem continua a ser grande”. No caso desta acontecer, “provocada por uma contracção económica mais profunda, a Fitch acredita que a Troika permitirá novas revisões das metas, enquanto Portugal continuar a cumprir o programa de ajustamento”, refere no mesmo comunicado.