Flexibilidade e oportunidade numa abordagem unconstrained

Carmignac
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O fundo Blockbuster Funds People Carmignac Portfolio Capital Plus mudou recentemente o seu nome para Carmignac Portfolio Unconstrained Euro Fixed Income. As razões, segundo a Carmignac, são muito simples: melhor refletir os estilo e estratégia de investimento dos novos gestores do fundo. E, de facto, foi em julho deste ano que Guillaume Rigeade e Eliezer Ben Zimra tomaram as rédeas desta estratégia de investimento da casa francesa. Em entrevista à Funds People, os gestores explicam a atual abordagem e posicionamento.

“Quando chegámos em julho, aumentámos a nossa alocação nas principais categorias de títulos de dívida pública e empresarial a fim de nos prepararmos para o advento de políticas monetárias menos restritivas. Com a liquidez em carteira e com as receitas da venda de instrumentos do mercado monetário, aumentámos a exposição a obrigações soberanas de países não centrais da zona euro, com convicções particularmente fortes em relação à Grécia, Espanha, Chipre e, em menor grau, em Itália. Aproveitámos igualmente a oportunidade para aumentar a carteira de crédito high yield de 5% para 8% dos ativos do fundo, principalmente através dos emitentes Altice e Teva. Ao mesmo tempo, reduzimos as nossas participações em CLOs realizando mais-valias em tranches AAA. Antes da reunião do Conselho do BCE em setembro, tínhamos igualmente reduzido a exposição do fundo a obrigações de empresas de elevada qualidade, dado que os investidores neste segmento de mercado pareciam já ter incorporado nos preços a próxima transição para políticas monetárias mais suaves”, detalham os gestores. Segundo explicam, perante perspectivas de uma desaceleração económica global, “associada a um dólar norte-americano forte”, a exposição a obrigações dos mercados emergentes foi limitada na carteira, já que o contexto económico contrariava “uma postura construtiva em relação a esta classe de ativos”.

Processo diligente e perfil adaptado à oferta da casa 

Guillaume Rigeade e Eliezer Ben Zimra querem assim aproveitar as oportunidades em fixed income a nível global, cobrindo simultânea e sistematicamente qualquer risco de divisa para os investimentos estrangeiros. O processo de investimento tem, consequentemente, por base os três pilares históricos da Carmignac: exposição aos vários segmentos do mercado de fixed income, gestão ativa e flexível da duração modificada e seleção criteriosa de emitentes, emissões e instrumentos.

“Esta abordagem está em plena consonância com o ADN da Carmignac. O fundo segue consistentemente uma estratégia sem benchmark, visando gerar retornos ajustados ao risco de médio e longo prazo para os nossos clientes e mantendo a volatilidade em linha com a do mercado”, explicam.

No entanto, apesar da abordagem holística em consonância com a filosofia da casa, a aplicação mais granular da visão e estratégia dos gestores teve o seu impacto. “A estratégia de gestão e o perfil de risco do fundo sofrem alterações, nomeadamente, com a passagem do Indicador Sintético de Retorno e Risco (ISRR) de dois para três desde 30 de setembro de 2019. Estas alterações fizeram-se para refletir a nossa estratégia implementada e testada durante quase sete anos. Em termos de risco e retorno, isso coloca-nos algures entre o Carmignac Sécurité, um fundo de obrigações europeu com uma duração baixa e um ISRR de dois, e o Carmignac Portfolio Unconstrained Global Bond, um fundo de obrigações internacional com um intervalo de duração mais alargado e um ISRR de quatro, na nossa gama de fixed Income”, comentam Guillaume Rigeade e Eliezer Ben Zimra.

Flexibilidade e oportunidade

“Acreditamos numa abordagem sem indicador de referência para os investidores que procuram fatores determinantes do desempenho dos títulos num momento em que as rentabilidades são extremamente baixas e podem subir no futuro. Estamos convencidos de que uma estratégia flexível e oportunística com uma gestão de risco disciplinada é essencial para alcançar um desempenho superior nesta era de repressão financeira, agravada pela incerteza política, macroeconómica e de mercado”, descrevem os gestores. “Temos também uma margem de manobra considerável para ajustar a duração modificada do fundo, que pode ser negativa, oferecendo proteção contra um aumento das yields. A ausência de restrições anda de mãos dadas com a gestão do risco, proporcionando liberdade para evitar ativos frágeis e ajustar de forma flexível as exposições da carteira”.