A gestão ativa da duração, aliada à flexibilidade estratégica que carateriza o Atrium Portfolio Sicav High Income, são algumas das razões apontadas para o fundo ter alcançado 15,44% de retorno, em 2024. O melhor nos fundos de obrigações de gestão nacional.
Lançado em novembro de 2019 e de domicílio luxemburguês, o Atrium Portfolio Sicav High Income foi o fundo nacional de obrigações mais rentável de 2024. Em jeito de enquadramento, o processo de investimento deste produto, gerido pela Atrium Porfolio Managers, passa essencialmente por dois momentos. Primeiro, a equipa de gestão do fundo define a alocação de ativos nos vários segmentos da classe obrigacionista e determina a duração da carteira, integrando uma análise macroeconómica aprofundada. Em seguida, procede-se à seleção dos ativos financeiros individuais, sendo realizada “uma análise do risco específico dos vários emitentes face ao nível atual das taxas de juro e/ou dos spreads”, explica o responsável pela gestão, Sérgio Martins.
Essa abordagem estruturada permitiu ao fundo tirar partido do ambiente macroeconómico favorável de 2024. Nas palavras do profissional, o fator mais relevante para a boa performance “foi o bom desempenho da economia norte-americana, com crescimento sólido e inflação a normalizar”. Esse cenário criou, diz, “o ambiente ideal para estreitamento de spreads nas classes de maior risco”. Para além do comportamento dos spreads, 2024 foi um ano dominado pelo carry trade, estratégia que beneficiou o fundo, tendo sido também determinante a gestão ativa da duração, um dos temas mais desafiantes do ano para os gestores de ativos, na opinião do profissional. Sérgio Martins reconhece que os ajustes estratégicos por parte da equipa “adicionaram valor” e impactaram positivamente o desempenho do fundo em termos relativos.
Ausência de benchmark: um plus
Contudo, para além do contexto macroeconómico comum a todos os fundos de obrigações, há algumas caraterísticas diferenciadoras que explicam a performance anual do Atrium Portfolio Sicav High Income. A flexibilidade que o carateriza é uma delas. A ausência de um índice de referência permite “investir em títulos que os benchmarks tradicionais não têm, quer para segmentos de maior risco, quer para títulos de menor risco”. A possibilidade de investir em nomes “sob alguma pressão” (high yield), mantendo-os, independentemente de passarem a ser classificados títulos investment grade, também é um ponto que Sérgio Martins destaca.
Outro ponto-chave é a gestão da liquidez, estruturada para mitigar riscos em períodos de stress. “A construção inicial do produto tem resolvido uma boa parte dos problemas potenciais na liquidez. Por um lado, parte da exposição a este risco é feita indiretamente via instrumentos líquidos, com exposição a CDS, cuja liquidez aumenta em períodos de stress. Por outro, é feita através de fundos de tesouraria e obrigações do tesouro norte-americano, que em períodos de stress, têm tipicamente uma correlação nula e negativa, respetivamente”, refere. Por último, quanto ao risco de crédito, “estão definidos valores máximos por emissão e emitente que ajudam a mitigar este tipo de risco”, conclui.