O fundo continuou o comportamento de alocar uma parte significativa da sua liquidez à classe acionista.
Os dados, com referência a dezembro de 2021, sobre o Fundo dos Certificados de Reforma, gerido pelo Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social, mostram que o valor total da carteira ascendeu aos 57,8 milhões de euros, o que implica um crescimento absoluto de 4,7 milhões de euros face à mesma data do ano anterior.
O valor da carteira, como visível no gráfico acima, tem estado em crescendo desde o final de 2020 e, dezembro de 2021, marca mesmo o valor mais elevado dos últimos 12 meses.
A abordagem no último ano
A alocação de ativos deste fundo no final de 2021 deixa patentes algumas conclusões interessantes quanto à evolução do mesmo. Naturalmente, a dívida pública em termos genéricos continua a ser o peso-pesado. Mais especificamente, é a dívida de países da OCDE excluindo a dívida pública portuguesa que compõe mais de 52% do portefólio, sendo que a dívida pública portuguesa vale cerca de 25%. São valores que ficam sensivelmente em linha com a alocação na mesma data do ano de 2020. Em 2020, no que diz respeito à dívida pública, o portefólio era composto por 48% de dívida de países da OCDE excluindo a dívida pública nacional e cerca de 25,3% correspondiam a dívida pública nacional. Está então patente que aumentou-se a exposição a dívida pública de países da OCDE, com excecção da dívida portuguesa.
Tal como aconteceu noutros segmentos da gestão de ativos nacional, também este fundo refletiu uma abordagem ligeiramente mais exposta ao risco na sua gestão e alocação. Isto é, comparando a exposição de ativos atual com há um ano, verifica-se que o peso das ações aumentou, ao passo que a liquidez perdeu preponderância na carteira.
A liquidez soma atualmente 461 mil euros – correspondente a aproximadamente 0,8% da carteira – o que compara com o peso de 6,2% de 2020. Já a exposição ao segmento acionista correspondia no final de 2021 a 21,32%, o que compara com os 20,43% de 2020.
A rentabilidade da carteira fixou-se nos 1,85%, "registando um excess return de cerca de 3,60% face à carteira de referência estratégica (índice de dívida governamental alemã de maturidade entre 1 e 10 anos)", refere o IGFSS. "Este desempenho absoluto e relativo foi maioritariamente determinado pelo comportamento positivo da componente de ações", acrescentam.