Fundos Curto Prazo: os últimos três anos

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Terra Nova Fondation, Flickr, Creative Commons

Até há poucos meses os fundos de Curto Prazo eram denominados de fundos de Tesouraria por parte da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios – APFIPP. Nos últimos três anos esta categoria apresenta uma rendibilidade média a rondar os 2%. 

Entre os oito produtos que compõem esta categoria da Associação, aquele que mais rendibilidade apresentou no período em análise foi o Dunas Banco BIC Tesouraria (categoria em euros) gerido pela Dunas Capital. Sob gestão conjunta de Pedro Alves e Pedro Fernandes, o fundo atinge uma rendibilidade anualizada de 3,38%, sendo ainda considerado um fundo cinco estrelas pela Morningstar. O fundo conta com mais de 63 milhões de euros em ativos sob gestão com grande parte da carteira a ser preenchida por instrumentos de liquidez e depósitos bancários e ainda obrigações com rating BB. Segundo a Morningstar, o fundo totaliza cerca de 30 posições em obrigações.

No final do ano passado, ambos os gestores afirmavam à Funds People que “a base da rentabilidade destes últimos três anos estava assente em três pilares. Na base da carteira uma componente de rendimento, através de depósitos e papel comercial, para redução da volatilidade. Em segundo lugar a diversificação, para redução do risco idiossincrático num período de forte instabilidade e risco sistémico e por último uma gestão ativa do crédito e da duration da carteira, que permitia aproveitar as melhores oportunidades. Neste contexto e apesar das condições particularmente difíceis, foi nos países periféricos que encontraram as melhores oportunidades. Assim, a base da rentabilidade nos últimos anos centrou-se em grande parte na dívida pública Portuguesa, Espanhola e Italiana e dívida corporate, financeira e não financeira, também da periferia da Europa”.

Com 3% de rendibilidade nos últimos três anos figura, na segunda posição do ranking, o Patris Tesouraria. Gerido pela Patris Gestão de Activos este produto tinha no final de março mais de 8 milhões de euros em património, com mais de dois terços da carteira a estarem aplicados em “liquidez” e com as cerca de dez posições em obrigações a representarem cerca de um terço do portfólio. À Funds People, da Patris Gestão de Activos, numa entrevista dada recentemente evidenciavam que o sucesso do fundo estava intimamente ligado com um “esforço permanente de filtrar informação fundamental, no sentido de identificar emitentes/emissões cuja qualidade percebida pelo mercado seja substancialmente diferente do resultado da nossa análise”.

O top3 dos fundos mais rentáveis desta categoria é fechado com um produto que supera os 2% de rendibilidade anualizada no último triénio: o NB Tesouraria Ativa. Gerido por Manuel Aguiar da GNB Gestão de Ativos, o fundo tem sob gestão mais de 120 milhões de euros, com as Obrigações Corporate a ocuparem mais de metade da carteira, seguidas das Obrigações Soberanas.

Banif Euro Tesouraria também em destaque

Apesar de não pertencer neste momento a esta categoria da Associação, o fundo Banif Euro Tesouraria também entra nas contas. No período em análise o fundo gerido pela Banif Gestão de Activos atinge ganhos de 2,76%. Com mais de 40 milhões de euros em ativos sob gestão, a carteira do fundo era composta, no final de março, por obrigações (cerca de 40%) e por instrumentos de liquidez (cerca de 60%).

Os fundos da categoria “curto prazo euro”

Fundo Gestora Rendibilidade 3 anos (%)
Banco BIC Tesouraria - Categoria A Dunas Capital 3,38
Patris Tesouraria Patris Gestão de Activos 3,00
NB Tesouraria Ativa GNB Gestão de Ativos 2,63
Popular Tesouraria Popular Gestão de Activos 1,79
Montepio Tesouraria Montepio Gestão de Activos 1,16
Millennium Liquidez Millennium Gestão de Activos 1,10
BPI Liquidez BPI Gestão de Activos 0,73
Santander MultiTesouraria Santander Asset Management 0,64
Fonte: APFIPP no final de abril