Fundos mais subscritos de maio: fundos de ações continuam a dominar em mês de sell-off

O mês de maio foi mais um que viu os fundos que operam no mercado acionista dominar as subscrições. No mês que assistimos ao pior sell-off dos Estados Unidos nos últimos dois anos, os investidores do Banco Best e Banco Carregosa continuam a preferir investir em fundos de ações.

Apenas um dos fundos presentes no Top 10 dos mais subscritos do Banco Best não atua neste segmento, enquanto o Top do Carregosa conta com apenas dois fora do espectro acionista. Tiago Gaspar, responsável pela Análise e Seleção de fundos do Banco Carregosa, refere: "Notou-se alguns investidores a tentarem encontrar o bottom ao trazer para o Top 10 alguns temas fustigados neste ano".

A visão dos investidores destas instituições financeiras não vai ao encontro das perspetivas das principais casas gestoras. "Dadas as circunstâncias, continuamos a ser cautelosos com as ações. As recuperações técnicas são sempre uma possibilidade, mas os riscos económicos a médio prazo são cada vez maiores", indica a Edmond Rothschild AM.

Fundos mais subscritos de maio de 2022

Olhando para o Top 10 do Banco BEST, apenas o primeiro classificado não é um fundo de ações. O Property Core Real Estate Fund é um fundo imobiliário "que investe em imóveis em Portugal e Espanha e que procura preferencialmente espaços bem localizados com inquilinos interessantes que possam gerar rendas estáveis para o fundo".

Nas restantes posições podemos ver dois temas que se destacam: os recursos naturais e a tecnologia. A área de investimentos detalha: "No tema dos recursos naturais, vemos a energia, os metais e, ainda ligado a esta temática, a sustentabilidade. Quanto à tecnologia, temos duas vertentes geridas pela mesma gestora, a BlackRock, em que uma aponta a empresas e negócios um pouco mais estabelecidos e outro para empresas em áreas mais recentes. Os fundos são os BlackRock Global Funds - World Technology Fund E2 EUR e o BlackRock Global Funds - Next Generation Technology Fund E2 EUR Hedged".

Adicionalmente podemos destacar a presença de dois fundos indexados, o Fidelity S&P 500 Index Fund e o Fidelity MSCI World Index Fund.

No Top fornecido pelo Banco Carregosa o líder é o BlackRock Global Funds - World Healthscience. "Este posicionamento mais agressivo dos investidores fez com que o fundo imobiliário (investimento direto) deixasse de ser o Top 1 após sucessivos meses a reunir a preferência", conclui Tiago Gaspar em relação ao Fundo VIP, segundo classificado.

Também neste Top se nota a aposta no setor dos recursos naturais com múltiplas presenças como o BlackRock Global Funds - Sustainable Energy Fund, Nordea 1 - Global Climate and Environment Fund, BlackRock Global Funds - Natural Resources Growth & Income e o BlackRock Global Funds - World Energy. Tiago identifica ainda "a tentativa de ir atrás do tema das empresas de energia que, pelo segundo ano, têm um desempenho muito bom".

Por fim, destaca-se a presença de um fundo que opera na classe das matérias-primas, o PIMCO GIS Commodity Real Return Fund. Esta entrada surpreendente pode dever-se à subida constante do preço das matérias-primas que assistimos desde o início do conflito geopolítico.

Os resgastes

Em relação aos resgates de fundos assistimos a dois cenários diferentes. No Banco Best a área de investimentos destaca as pequenas e médias empresas: "Provavelmente a contar com um maior impacto da atual conjuntura nas empresas mais expostas ao mercado interno europeu, os investidores consideram este setor do mercado como um dos que só recuperará numa fase mais distante e preferem estar investido noutro tipo de empresas ou regiões".

Já do Banco Carregosa, Tiago Gaspar aponta "relativamente aos resgates", que "não é de surpreender que o setor tecnológico seja o dominante (tanto ao nível de fundos growth como hyper-growth)".