Fundos de ações portuguesas foram os que melhor remuneram os investidores no último ano

Os últimos 24 meses, com referência a julho, não têm sido nada fáceis para quem investe tanto no mercado de obrigações, como no mercado de ações. De facto, a taxa média de rentabilidade dos 168 fundos mobiliários de gestão nacional com dados de retorno a um ano situou-se nos -4,7%. Contudo, mesmo com esta média, existem fundos mobiliários que escaparam aos números negativos.

No topo dos produtos mais rentáveis a um ano estão fundos de ações que investem na bolsa portuguesa. Nos últimos 24 meses, o PSI tem sido um dos índices a contrariar a tendência decrescente dos índices norte-americanos e europeus, impulsionado pelo peso que as energéticas têm na composição do índice e pelos resultados semestrais que vieram, na generalidade, dentro do esperado.

Assim, o fundo que mais remunerou os investidores foi o BPI Portugal, gerido pela BPI Gestão de Ativos, com um retorno superior a 25%. À data de realização deste artigo, as empresas mais preponderantes na carteira deste produto eram a Galp Energia, o BCP e Jerónimo Martins.

No segundo lugar do ranking surge uma estratégia de investimento semelhante da IM Gestão de Ativos: o IMGA Ações Portugal, distinguido com Rating FundsPeople em 2022. Mais concretamente, este fundo gerido por David Afonso alcançou um retorno superior a 24%. Em 2022, este também foi o segundo fundo mobiliário que mais captou dinheiro dos investidores, segundo os dados da Morningstar. Na verdade, do Top 15 ilustrado abaixo, é o produto com o maior volume sob gestão. À data de realização deste artigo, as empresas a que o fundo estava mais exposto eram a Jerónimo Martins, Altri e Sonae.

Já no terceiro lugar destaca-se o fundo de ações portuguesas da GNB Gestão de Ativos, com um retorno superior a 22%: o NB Portugal Ações. Esta estratégia de investimento, gerida por Pedro Barata, detém como principais empresas a Sonae, Greenvolt e EDP Renováveis. Para os próximos meses, o profissional espera que "a elevada volatilidade do mercado se mantenha, pelo menos enquanto a guerra, as pressões inflacionistas e o aumento das taxas de juro se mantiverem. Para o desenrolar destas situações, tanto o comportamento dos líderes políticos como dos responsáveis dos bancos centrais, serão devidamente escrutinados pelos investidores", menciona na ficha mensal do fundo.

Aliás, estes três produtos estavam na lista dos 20 fundos nacionais com melhor Sharpe Ratio nos últimos três anos. Assim, depois de algum período sem dar muita atenção à bolsa nacional, parece que os investidores estão a voltar a recompensar a qualidade das empresas nacionais.

Nota ainda que, na generalidade, o Top 15 é constituído por fundos de ações, com grande predominância de produtos que investem em ações da Península Ibérica. Contudo, relativamente a outras classes de ativos, destacamos o fundo multiativos mais rentável nos últimos 24 meses foi o Sixty Degrees PPR/OICVM Flexível da Sixty Degrees. Há ainda espaço para um fundo mobiliário que detém uma carteira de ativos expostos ao setor de infraestruturas: o Caixagest Infraestruturas da Caixa Gestão de Ativos. No ranking não consta nenhum fundo de obrigações.

Os 15 fundos mobiliários nacionais mais rentáveis a um ano