A categoria de ‘allocation’, trouxe destaque aos fundos de Brasil, mas também aos mercados emergentes em geral. Analise os fundos mais rentáveis desta categoria no ano passado.
Os fundos de alocação pode dizer-se que são compostos pelo melhor de vários mundos. A Morningstar, por exemplo, define em termos conceptuais que os portefólios de alocação procuram providenciar tanto apreciação de capital como retorno, investindo em três grandes áreas: ações, obrigações e liquidez.
Nesta tentativa de ir buscar retorno a áreas distintas dentro de um mesmo portefólio, verifica-se que no ano de 2016 a categoria de fundos alocação (entre o total de produtos distribuídos para venda em Portugal) que conseguiu um melhor retorno total médio em euros no ano passado foi a de ‘Global Emerging Markets Allocation’. Tal como já tinha acontecido nos produtos de ações, nos de obrigações e ainda nos alternativos, também os fundos de alocação “beberam” da boa performance que os mercados emergentes, em geral, conseguiram no ano transacto.
No entanto, a categoria que inclui o fundo mais destacado de entre os produtos mistos no ano passado foi a de ‘Other Allocation’ que conseguiu um retorno total máximo em euros superior a 57%. Na esfera oposta – categoria com retorno total mínimo em euros – aparece o universo de fundos composta pelos ‘flexible allocation – Global’.
Rentabilidade das Categorias de allocation - 2016
A ‘outra alocação’ foi do Brasil
No fundo mais rentável da categoria allocation assim definida pela Morningstar – apesar de pertencente à sub-categoria ‘Other Allocation’ – também se pode dizer que a sua performance refletiu a boa forma de um país emergente. Tal como o próprio nome do produto sugere, o BPI Brasil foca-se em títulos de dívida pública e ações de empresas representativas dos principais sectores de atividade da economia brasileira. O produto gerido por João Caro Sousa conseguiu um retorno total de 57,21% em euros no ano passado. Na ficha mensal de dezembro referente ao produto, o gestor lembra o que impulsionou a performance do produto: “O ano de 2016 foi um ano bastante positivo para o mercado brasileiro. Este foi um dos mercados com melhor performance no ano e o real brasileiro uma das moedas com melhor comportamento contra o dólar e contra o euro”.
Também a dar o impulso já descrito sobre a categoria “other allocation” esteve mais um fundo Brasil, também ele domiciliado em Portugal. Falamos do Banco BIC – Brasil, a cargo da Dunas Capital, que no ano passado alcançou um retorno de 22,98% em euros no período. Na ficha de produto referente ao último mês de 2016, podia ler-se que “no Brasil o risco político foi majorado diante de novos depoimentos da Odebrecht, onde a alta cúpula do PMDB foi citada envolvida com propinas”. Referiam, igualmente, que esse facto “aumentou a probabilidade de presidente Michel Temer não termine o seu mandato”.
Fundos de componente internacional
Os outros fundos mais rentáveis pertencentes à categoria ‘allocation’ são de casas internacionais. Destaque por exemplo para o Templeton Emerging Markets Balanced, gerido pela Franklin Templeton Investments, que apresentou um retorno de 19,47% e confirma a resiliência que os mercados emergentes tiveram no ano passado.