Fundos de investimento ganham peso na gestão de patrimónios

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Perzonseo Webbyra, Flickr

Julho foi um mês novamente marcado pela valorização generalizada dos principais mercados de ações a nível mundial, bem como pela consolidação da redução do prémio de risco inerente à dívida pública portuguesa. Neste ambiente risk-on, as variações mais relevantes na alocação dos investimentos nas carteiras sob responsabilidade das sociedades gestoras de patrimónios associadas da APFIPP deram-se exatamente no investimento direto em ações, mas principalmente no lado oposto da escala do risco, na alocação a liquidez.

Tendo o segmento da gestão de patrimónios evidenciado um crescimento de 0,6% do montante global de ativos sob gestão durante o mês de julho, foram as rubricas de ações e liquidez que experienciaram taxas de crescimento relativamente mais acentuadas no mês. Enquanto o crescimento de 3,94% das primeiras se terá devido, principalmente, à valorização dos ativos no mês, o crescimento de 5,46% da segunda – 306,6 milhões de euros – vem a par com uma contração significativa de uma das principais rubricas das carteiras agregadas da gestão de patrimónios, as “obrigações diversas euro” - 626,1 milhões de euros.

Principais variações no ano

No ano de 2017, no entanto, as movimentações mais marcadas na alocação de ativos acontecem em sentidos opostos aos do mês de julho. O investimento em ações diretas recuou nos primeiros sete meses do ano mais de 370 milhões de euros, passando de 6,09% do total da carteira para 5,38%. Também a rubrica de “liquidez e outros ativos” recuou quase 900 milhões de euros no ano. Representa agora cerca de 10,48% da carteira, que compara com os 12,15% no final de 2016. Por outro lado, a alocação dos ativos a fundos de investimento mobiliários cresceu mais de 850 milhões de euros em 2017.

Fundos de investimento mobiliário

Nas subcategorias de “fundos de investimento mobiliários”, que representam na sua globalidade 6.178 milhões de euros nas carteiras geridas pelas associadas da APFIPP em julho, foram os F.I.M. de obrigações portugueses que ganharam mais peso no mês de julho, 5,97%. Seguiu-se a principal sub-categoria de investimento em fundos de investimento mobiliários, os fundos de ações estrangeiros, com um crescimento de 3,87%.

Desde o início do ano esta tendências mantêm-se, sendo que a primeira sub-categoria ganhou cerca de 42 milhões de euros, em termos absolutos, enquanto a segunda, cresceu mais de 504 milhões de euros. Os fundos de obrigações estrangeiros ganharam também mais de 500 milhões de euros ativos no ano. Na sua globalidade, segundo dados do relatório da APFIPP, as aplicações em fundos nacionais cresceram 117 milhões de euros desde o início do ano. 

Por fim, destaque para a contração dos montantes alocados a fundos monetários nacionais e estrangeiros, tanto no mês de julho como no acumulado do ano.​

EVOLUÇÃO DAS APLICAÇÕES DAS CARTEIRAS DAS S.G.P.

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