Fundos de pensões e ESG: incerteza sobre as ambições de zero emissões líquidas à medida que se avança em matéria de sustentabilidade

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Créditos: Johann Siemens (Unsplash)

A maioria dos fundos de pensões integrou ou está a integrar os objetivos de combate às alterações climáticas nas suas carteiras de investimento, de acordo com o mais recente inquérito aos fundos de pensões mundiais, conduzido pela CREATE-Research e patrocinado pela DWS. No entanto, é necessário um maior impulso para que os fundos de pensões atinjam os seus objetivos de zero emissões líquidas. 60% dos inquiridos acredita que estes objetivos não serão alcançados nas condições atuais. Isto sugere a necessidade de incorporar soluções mais personalizadas, enquanto a abordagem de stewardship é mais importante do que nunca. 

O inquérito a 50 grandes fundos de pensões sediados na América do Norte, Europa e Austrália, que gerem coletivamente 3,3 biliões de euros em ativos (até 31 de dezembro de 2021), revelou que 16% dos inquiridos incorporaram plenamente as metas de alterações climáticas nas suas carteiras de investimento. 42% estão em processo de implementação, com 22% perto da tomada de decisão e 20% na fase de sensibilização. Assim, quase três em cada cinco inquiridos perseguem estratégias de zero emissões líquidas.

“Embora muitos fundos de pensões estejam a ser muito proativos no que diz respeito às alterações climáticas, é evidente que o setor das pensões ainda está a começar a incorporar estas metas de emissões líquidas zero”, explica Amin Rajan, chief executive da CREATE-Research.

Tendências nos fundos de pensões

O mais recente relatório da CREATE-Research revela várias tendências interessantes. Por exemplo, a utilização de veículos de investimento passivos. 56% dos fundos de pensões inquiridos consideram os investimentos passivos uma característica permanente da sua carteira climática. O mesmo número espera utilizar índices alinhados com o Acordo de Paris numa escala notória. 42% dos fundos de pensões adotaram ou estão a adotar investimentos climáticos nas suas carteiras passivas.

Nos fundos passivos, apenas 28% dos inquiridos estão ainda em fase de sensibilização para a aplicação dos investimentos climáticos, contra 43% dos inquiridos em 2020. 24% dos inquiridos estão agora classificados como na fase madura de implementação, acima dos 21% em 2020. Por conseguinte, mais fundos de pensões estão a abraçar investimentos sustentáveis que replicam índices.

O inquérito revelou ainda que 80% dos participantes no fundo de pensões utilizam o stewardship e 78% participam através de proxy voting e nas resoluções de acionistas.