A Morningstar publicou um estudo sobre os custos dos fundos europeus onde se vê uma clara tendência de descida e não só devido ao COVID-19.
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Com o já registado aumento da competitividade da indústria da gestão de ativos e com a necessidade de maximizar a rentabilidade que se dá aos participantes num contexto de taxas a 0%, a pandemia apenas prorrogou um corte continuado nas comissões de fundos de investimento. A Morningstar deu números concretos a essas descidas com a publicação do seu primeiro estudo sobre os custos europeus que se pode consultar na íntegra aqui.
Nesse estudo realizou-se uma investigação das tendências dos custos para categorias de ações e obrigações durante o período que vai de 2013 a 2020. Nessas categorias incluem-se 10 de ações, com exposições globais e por país e duas categorias de obrigações. Em todas analisaram-se tanto os custos dos fundos de gestão ativa como os de passiva.
São duas as principais conclusões que deixa o estudo. A primeira é que a comissão média paga pelos investidores, representada pelo custo médio total ponderado pelo património em todos os fundos para as categorias analisadas, foi de 0,69% em outubro de 2020, o que representa uma diminuição de 31% face a 2013 e 3% a menos face a 2019.
E a segunda é que a comissão média faturada pela indústria, representada pelo custo médio, sem ponderar por património, de todos os fundos para as categorias analisadas, foi de 1,17%, o que representa uma descida de 19% a partir de 2013. Neste estudo não só se analisou a comissão de gestão, mas também o KIID ongoing chance (ou seja, o custo total que aparece no relatório sobre dados fundamentais para o investidor) e esse cálculo realizou-se ao nível da classe para os fundos ativos e passivos e ao nível dos fundos para os ETF.
Além disso, no estudo diferencia-se entre os fundos de gestão passiva e os fundos de gestão passiva e vê-se como no período analisado, nos últimos sete anos, as grandes descidas viram-se nas estratégias passivas. Em concreto, os fundos indexados, mas sobretudo ETF, reduziram-se 30% da média simples dos custos desde 2013, em comparação com uma redução de 17% nos fundos em gestão ativa.
“A queda dos custos é uma grande vantagem para os investidores porque estes acumulam com o tempo e reduzem rentabilidades. A única certeza quando se investe é que os investidores devem pagar comissões todos os anos. A forma mais fácil de melhorar as possibilidades de maximizar os lucros a longo prazo é aumentando um rigoroso controlo dos custos”, afirma José García-Zarate, Associate Director, Manager Research, Passive Strategies.
Além disso, há dois pontos importantes que se sublinham no estudo. O primeiro é o que mostra como são os fundos mais baratos os que melhor aguentam no que a fluxos se refere. De facto, os fluxos para fundos e classes de fundos que cobram comissões que se encontram no último quartil da sua categoria superaram sistematicamente os fluxos para fundos e classes de fundos dos quartis mais caros.
E o segundo ponto é o que se refere à comparação de custos que há entre os fundos que seguem critérios ESG e os tradicionais com uma clara vantagem em termos de custos dos primeiros face aos segundos. De facto, em outubro de 2020, a comissão média ponderada por património dos fundos ESG era de 0,57%, face a 0,71% para os fundos não ESG. Enquanto isso, em termos de média simples sem ponderar por património, a comissão média para os fundos ESG foi de 0,93%, e de 1,21% para os fundos não ESG.