Fundos imobiliários abertos: os últimos dez anos

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fnando.queiroz, Flickr, Creative Commons

A última década tem sido marcada por uma grande variação nos ativos geridos pelo segmento imobiliário. Sobretudo, nos últimos cinco anos, temos assistido a uma grande derrapagem neste indicador, com o valor registado no mês de maio a ser o mais baixo nesse período, como pode ver aqui.

O gráfico seguinte mostra a evolução nos últimos dez anos, com os valores até meados de 2013 a seguirem um ritmo ascendente, tendo depois disso invertido essa tendência. Ainda assim, apesar da queda, podemos verificar que em dez anos o mercado cresceu cerca de 33% em termos de ativos sob gestão.

Gráfico ativos sob gestão no segmento imobiliário

valores em milhões de euros

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Fonte: CMVM

Mão cheia a sorrir na última década

A Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios – APFIPP – divide os fundos imobiliários abertos em dois segmentos: os fundos de “acumulação” e os de “rendimento”. Os primeiros destacam-se por “não distribuírem rendimentos, reinvestindo automaticamente os rendimentos gerados pelas respectivas carteiras”. Já os segundos “distribuem periodicamente aos participantes os rendimentos gerados pelas respectivas carteiras”.

Entre os cerca de dez produtos imobiliários abertos destacados pela Associação, aquele que apresenta melhor comportamento na década anterior ao final de maio é o CA Património Crescente que é gerido pela Square Asset Management. Trata-se de um fundo aberto de acumulação e nesse período a sua rendibilidade anualizada é de 3,73%. Nos últimos cinco anos foi eleito o fundo com melhor portfólio imobiliário nos IPD European Property Investment Awards. Recentemente, Pedro Coelho, administrador da entidade, afirmava que este prémio significava “a consolidação do CA Património Crescente como um dos melhores produtos de investimento do mercado, a nível internacional”. Este produto é um Blockbuster Funds People, e tinha no final de maio mais de 330 milhões de euros, sendo o segundo maior produto nacional do segmento.

Com 3,55% de ganhos anualizados surge, logo depois, o fundo VIP que é da responsabilidade da Silvip. É um fundo aberto de rendimento e um dos mais antigos do mercado, tendo nascido ainda no decorrer da década de 1980. O período de distribuição de rendimentos ocorre nas “datas de 15 de março, junho, setembro e dezembro”, segundo se pode ler no prospeto do produto. No mesmo documento pode ler-se, ainda, que o fundo está “orientado para a constituição de pequena e média poupança, destina-se a um perfil de investidor conservador, com baixa tolerância ao risco e um horizonte temporal de investimento de médio a longo prazo”.

Acima do patamar dos 2% de rendibilidade ainda vem mais um fundo imobiliário. Gerido pela BPI Gestão de Activos, o fundo Imofomento regista uma rendibilidade de 2,75% nos últimos dez anos. É o quarto maior fundo nacional – entre aqueles cujas sociedades gestoras são associadas da APFIPP – com um património superior a 309 milhões de euros. Segundo o prospeto, o grande objetivo do produto é o de “alcançar, numa perspectiva de médio e longo prazos, uma valorização do capital, através do investimento diversificado em activos, predominantemente imobiliários".

Dois acima de 1%

Além dos produtos já mencionados, encontramos mais dois que superam 1% de rendibilidade. Com 1,53% vem o AF Portfólio Imobiliário que é da responsabilidade da Interfundos. O outro produto é o Fundimo que é gerido pela Fundger. Este fundo regista ganhos anualizados de1,53% sendo, também, o maior produto nacional neste segmento.

Fundos imobiliários abertos nos últimos 10 anos

Fundo Tipo 10 anos (%)
CA Património Crescente Acumulação 3,73
VIP Rendimento 3,55
Imofomento Rendimento 2,75
AF Portfólio Imobiliário Acumulação 1,53
Fundimo Rendimento 1,53
Novimovest Acumulação 0,77
Finipredial Acumulação 0,74
Popular Predifundo Acumulação 0,02

Fonte: APFIPP