Fundos perfilados agressivos: as variações na alocação em abril e maio

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Kyle Glenn, Unsplash

Após termos analisado a evolução da alocação dos fundos perfilados moderados em abril e maio, chegou a vez de nos focarmos nos fundos com um perfil de risco mais agressivo. A partir da habitual distribuição dos fundos perfilados nacionais pelos três perfis de risco, recentemente atualizada para incluir os produtos lançados nos últimos meses, e com dados da Morningstar de abril e maio, tentámos perceber de que modo a volatilidade e, paradoxalmente, o início da recuperação impulsionada pelo desconfinamento, influenciaram a alocação destes produtos.

Nesta linha, Stefano Amato, da Santander AM, comenta que “o mês de abril continuou a registar uma volatilidade extrema, no entanto, conforme as taxas de propagação da pandemia foram abrandando e começaram a surgir notícias de preparação para o desconfinamento em diversos países, o otimismo foi contagiando os investidores”. “A expetativa de uma reabertura gradual das economias a partir de maio provocou um sentimento mais positivo nos investidores, juntamente com as medidas fiscais e de política monetária a serem implementadas”, acrescenta Fátima Só, da GNB GA.

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Quanto à categoria global, a alocação a obrigações e ações registou movimentos contrários. Isto é, enquanto em abril, a alocação a obrigações subiu de 25,27% para 27,82%, a alocação a ações desceu de 65,79% para 62,94%. Em maio, verificou-se exatamente o oposto. Uma subida da alocação e uma descida da alocação a obrigações.

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Relativamente à alocação geográfica da componente acionista, não se verificou uma grande variação nos meses em análise. Apenas se destaca o aumento de 2,55% da exposição a ações da América do Norte de abril para maio.

“Ao acompanhar permanentemente a evolução dos mercados mundiais, a equipa de gestão foi, ao longo de abril, gerindo a exposição do fundo a ações – ativo com maior risco associado -, assim nas últimas semanas iniciaram a participação no fundo iShares NASDAQ 100 UCITS ETF ,aumentaram a alocação aos fundos Lyxor MSCI Europe (DR) UCITS ETF e Lyxor S&P 500 UCITS ETF, e venderam futuros sobre o STOXX Europa600”, explica Stefano Amato.

Quanto à alocação geográfica deste segmento em maio, a equipa de gestão do BPI Reforma Valorização PPR/OICVM refere que “a exposição acionista manteve-se estável durante o mês tendo-se reforçado a exposição a Europa”. Do mesmo modo, Stefano Amato, gestor do Santander Select Dinâmico, impulsionado por pelo cenário mais otimista que o mês apresentou, também aumentou a exposição a esta região.  “A gestão aproveitou para aumentar a exposição a ações europeias – este tipo de ativos, as ações, representavam no final do mês 59,9% da carteira do fundo, posição neutral tendo em conta o perfil de investimento do fundo”, conta.

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Como se pode verificar no gráfico acima, entre março e abril, a exposição a obrigações soberanas e corporativas aumentou ligeiramente. Contudo, entre abril e maio, a exposição a obrigações corporativas aumentou 1,76% e a exposição a obrigações soberanas diminuiu 2,20%. Este movimento é vocalizado pela equipa de gestão dos fundos perfilados da BPI GA  que explica que em maio “nas obrigações, continuou-se a reforçar a exposição a dívida corporate privilegiando-se as emissões em mercado primário”.

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No que concerne a alocação geográfica da componente obrigacionista, também não se registaram alterações significativas. A mais proeminente consistiu num aumento de 0,58% entre abril e maio na região da América Latina.