Fundos perfilados defensivos com exposição a obrigações em mínimos desde janeiro 2020

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Créditos: Shwetha Shankar (Unsplash)

Tanto os gestores dos fundos perfilados agressivos, como dos produtos perfilados com cariz mais moderado, aumentaram a alocação dos seus produtos a ações, durante os primeiros meses de 2021, mais precisamente até abril.

Talvez não fosse surpreendente se agora observássemos que também nos fundos perfilados defensivos o investimento em ações tem aumentado. Mais concretamente, aumentou 1,59% desde janeiro até abril de 2021. Assim, as ações pesam agora, em média, 17,55% nas carteiras dos fundos perfilados defensivos. Este número revela que este é o momento em que os gestores dos 15 fundos que se inserem neste perfil de risco estão mais expostos a ações desde janeiro de 2020. Consequentemente, revela - também - que a exposição a obrigações está em mínimos desde esse mês.

Curiosamente, a liquidez aumentou mais nesta categoria de fundos perfilados do que nas outras (mais 0,3% desde o início do ano).

Geograficamente, que região os gestores preferiram?

Relativamente à alocação geográfica da componente acionista, os gestores preferiram a região da América do Norte e da Europa Desenvolvida. Efetivamente, a alocação a ações da América do Norte aumentou 1% desde janeiro. Enquanto isso, a exposição à Europa desenvolvida cresceu 0,45%.

Similarmente ao que se observou nos fundos perfilados moderados, agora também as regiões da Ásia decrescem a sua preponderância nas carteiras dos fundos. Este comportamento por parte dos gestores dos fundos perfilados parece ir no mesmo sentido que, por exemplo, os profissionais da BlueCrow Capital apresentaram no seu artigo sobre as perspetivas para a segunda metade do ano. “A recuperação e crescimento das economias emergentes deverá ter lugar numa fase tardia em relação aos restantes”, referiam.

Obrigações corporativas ganham terreno

Nas obrigações, são as obrigações corporativas que ganham terreno. Se em janeiro as obrigações corporativas pesavam, em média, 39,62% nas carteiras dos fundos, em abril já pesam mais de 42%. Rui Martins da Caixa Gestão de Ativos comentava - também no seu artigo em que apresentou as perspetivas para o segundo semestre de 2021 - que “tendo em conta os níveis atuais de spreads de crédito, as rendibilidades dos mercados de high yield poderão superar as dos agregados de dívida pública e dos segmentos de melhor qualidade creditícia”.

As obrigações soberanas, por outro lado, diminuíram em mais de 3,60% o seu peso nas carteiras dos fundos perfilados defensivos.

Como se pode ver no gráfico acima, os valores da alocação às diferentes geografias decresceram em quase todas as regiões que constam na análise, desde janeiro. Sendo que, a Europa desenvolvida foi a geografia que mais sofreu nestes primeiros meses de 2021.