George Gatch (CEO da J.P. Morgan AM): “Ser fiéis a nós mesmos permitir-nos-á continuar a crescer”

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Regresso da volatilidade, inversão da curva de yields nos Estados Unidos, mercado de obrigações com uma proporção significativa de ativos com yields negativas, guerra comercial e efeitos negativos sobre o crescimento global. “Nos últimos anos, as condições de investimento mudaram drasticamente, separando-se do consenso e das expectativas dos investidores. Continuamos fiéis ao nosso foco baseado numa visão a longo prazo, orientada para o crescimento. Ser resilientes, compreender o contexto atual e centrar-nos no nosso talento para satisfazer as necessidades dos investidores é a forma como pretendemos aproveitar as oportunidades de um sector que ainda não tem margem para continuar a crescer”.

George Gatch, CEO da J.P. Morgan Asset Management, reuniu-se com a imprensa internacional em Londres para fazer o balanço da situação que a indústria atravessa e os catalisadores que identifica para que uma gestora possa continuar a crescer. A primeira prova na qual se apoia o máximo responsável da entidade para defender o seu otimismo faz referência ao estudo da PwC publicado com o título Asset Management Revolution, no qual se augura que o volume de ativos sob gestão da indústria a nível global aumentará 6% nos próximos cinco anos, alcançando um número de duplo dígito nos mercados emergentes.

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Para que as gestoras possam aproveitar ao máximo crescimento de ativos que se espera na indústria será incontornável que estas tenham uma abordagem global, o qual é também um dos principais desafios identificados pelo CEO da J.P Morgan AM. Tal como explica, o vínculo entre o envelhecimento da população e as crescentes necessidades financeiras, principalmente em termos de planificação para a reforma, já é uma realidade no mundo desenvolvido, mas terá um alcance global nos próximos 30 anos.

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Mas, tal como explica Patrick Thomson, responsável máximo da J.P. Morgan AM para a EMEA, essa perspetiva global deve ser combinada com as peculiaridades de cada área geográfica. Ao observar os investidores europeus e o potencial que ainda está por explorar, Thomson sublinha que a persistência de um forte viés para ativos domésticos limita o grau de diversificação no Velho Continente. O especialista também põe em foco o elevado volume de ativos que ainda hoje, num contexto em que as taxas de juro estão em negativo, está na liquidez. “Trata-se de dois problemas que devemos resolver e que potencialmente podem gerar valor tanto para a indústria como para os investidores”, conclui.