Recentemente, a FundsPeople teve a oportunidade de falar com dois profissionais da Columbia Threadneedle sobre gestão ativa e small caps, que apresentaram uma perspetiva de um mundo futuro com um novo foco de investimento.
Num mundo em que, cada vez mais, as grandes empresas americanas conquistam market share e valorizam as suas ações, Francis Ellison, gestor de portefólios, com foco no mercado europeu da Columbia Threadneedle, considera que “o que as empresas europeias oferecem, mais nenhuma empresa consegue oferecer”, referindo-se aos produtos ícones da Europa, como as marcas de comida, o café e os produtos de luxo. “O nosso sucesso como gestora de investimentos vem da procura dos melhores negócios da Europa”, completa.
Rubén García, diretor de distribuição para a Península Ibérica e LATAM da Columbia Threadneedle, reforça a ideia do investimento na Europa relembrando que “o posicionamento curto na Europa já é tão duradouro, que as avaliações estão extremamente baixas. Qualquer movimento positivo que aconteça, como, por exemplo, a melhoria no conflito Rússia-Ucrânia ou uma reversão à média trará grandes retornos”. No entanto, o profissional não deixa de dizer que o investimento no mercado global e americano também é uma boa opção, “com os resultados recentes e as políticas de Trump, continuamos com um bom outlook dos retornos no mercado americano”, explica.
Gestão ativa nas small caps
Seja numa perspetiva global, americana ou europeia, os intervenientes da Columbia Threadneedle acreditam que, para o futuro, a gestão ativa e as small caps são o caminho para obter retorno. “Temos visto, desde a vitória de Trump, grandes captações no nosso fundo de small caps americanas, o CT (Lux) - American Smaller Companies Fund”, menciona Rubén García, sobre um fundo com Rating FundsPeople em 2024.
Na sua opinião, “a gestão ativa, nas small e mid caps, é necessária. Os ETFs passivos simplesmente não funcionam neste grupo de ativos”. Acredita, Francis Ellison, que quando se investe em ETF compra-se cegamente as empresas, enquanto, neste universo, é relativamente fácil para os gestores ativos classificarem uma empresa como boa ou má, e acrescenta: “estes ETF têm de tudo, até bancos gregos com imensas dificuldades financeiras. Investindo num fundo ativo, há uma filtragem destes negócios”. Um outro exemplo, dado pelo diretor de distribuição para a Península Ibérica LATAM da Columbia Threadneedle, é o do Russel 2500, índice de ações de pequena e média capitalização dos Estados Unidos, onde, segundo o profissional, “cerca de 35% das ações são de empresas que perdem dinheiro”. “Não são um bom investimento”, diz. “Se o investidor comprar o índice, estará a alocar 35% do seu investimento a empresas más”.
Para concluir o tópico, Francis Ellison explica que “a gestão ativa tem estado fora de moda devido ao bom desempenho dos ETF, durante um período dominado pelas sete magníficas. Isto não vai durar para sempre, e será nessa altura em que os investidores se vão remeter para a gestão ativa e para os investimentos growth, no qual somos especialistas”.
Remetendo novamente ao tópico da Europa, no qual o gestor de portefólios da Columbia Threadneedle é especialista, o mesmo reforça que “num mundo em que os investidores escolhem a gestão ativa, e, dentro desta, escolhem investir em fundos com foco growth, a Europa estará bem posicionada para obter bons resultados. As empresas europeias estão subvalorizadas e temos negócios diversos, dinâmicos e com futuro”. Segundo o profissional, a equipa que gere o fundo CT (Lux) - European Smaller Companies, fundo blockbuster em Portugal, com Rating FundsPeople em 2024, procura, em primeiro lugar, encontrar bons modelos de negócio. “Queremos ter a certeza de que só investimos nos bons modelos de negócio europeus”, diz. E relembra, que investir numa empresa europeia não é, necessariamente, estar exposto à Europa. “São empresas que implementam um modelo global, que não depende da sua geografia para funcionar”, complementa.