Gestão coletiva de ativos de olhos no estrangeiro

world_globe_mundial_colors
Photo by Duangphorn Wiriya on Unsplash

De acordo com os dados publicados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, e à semelhança do que se verificou no segmento de gestão individual de ativos, a gestão coletiva de ativos parece ter optado pelo investimento em ativos estrangeiros em detrimento de ativos nacionais. De facto, a análise do investimento por tipo de ativos e de mercados no decorrer do trimestre e do último ano parece sugerir isso mesmo, com uma queda do investimento na maioria dos ativos nacionais e uma subida do mesmo em grande parte dos ativos estrangeiros.

Assim, olhando para os dados podemos verificar que o investimento em dívida pública estrangeira aumentou 34% no terceiro trimestre deste ano, enquanto que o investimento em dívida pública nacional caiu 20,2%. De igual forma, no último ano o investimento em dívida pública estrangeira subiu 22,2%, tendo caído 32,6% do lado da dívida pública nacional.

No segmento obrigacionista, por sua vez, no decorrer do último trimestre, o investimento caiu tanto do lado de emitentes nacionais como de emitentes estrangeiros, embora a queda tenha sido superior no segundo segmento: -2,3% e -3,7%, respetivamente. Não obstante, alargando o período de análise verificamos uma variação anual negativa no caso de obrigações de emitentes nacionais (-5,2%), enquanto que o investimento em obrigações de emitentes estrangeiros cresceu 7,1%. O segmento de obrigações estrangeiras é, na verdade, aquele que maior preponderância apresenta, representando 28,8% do investimento total (correspondente a 3.411,2 milhões de euros).

No caso do segmento acionista o panorama é bastante semelhante, tendo o investimento em ações nacionais decrescido tanto em termos trimestrais (-5,3%) como em termos anuais (-1,4%), enquanto que o oposto se verifica do lado das ações estrangeiras – um crescimento trimestral de 6,4% e anual de 17,3%.

Quanto ao investimento em unidades de participação, verifica-se um decréscimo trimestral não só no caso das UP’s de fundos nacionais, mas também no caso dos fundos estrangeiros, ainda que a tendência numa perspetiva anual seja semelhante à das restantes classes de ativos: crescimento do investimento em UP’s de fundos estrangeiros e decréscimo no caso das UP’s de fundos nacionais.

Nota, ainda, para a diminuição da rubrica liquidez, tendo descido de 2.935,1 milhões de euros no final de setembro de 2017 para 2.377,1 milhões de euros no final de setembro deste ano.

Captura_de_ecra__2018-11-06__a_s_16

Fonte: CMVM

Investimento em dólar norte-americano cresce

No que respeita ao investimento por moedas, o fortalecimento da divisa norte-americana parece ter sido visto como uma oportunidade por parte dos OICVM e OIA nacionais. De facto, ainda que o euro continue a ser a divisa com maior preponderância, representando 87,9% do total, o dólar norte-americano viu o seu peso crescer ao longo do último trimestre e do último ano. Este passou, assim, de um total de 762,9 milhões de euros em setembro de 2017 para 1.17,9 milhões de euros no final de setembro deste ano – valor que representa um aumento trimestral de 12,1% e anual de 33,4%.

Captura_de_ecra__2018-11-06__a_s_16

Fonte: CMVM