Em entrevista à Funds People Portugal refere que "a gestão de activos em Portugal sofre de muitas fraquezas que tiveram como consequência uma queda acentuada do volume dos activos sob gestão", sublinhando que, com 11 mil milhões sob gestão "representamos menos de 0,5% dos activos geridos no Luxemburgo, país de 500 mil habitantes".
A primeira fraqueza, diz Diogo Teixeira, "está no tratamento fiscal particular que se aplica aos fundos nacionais, com uma fiscalidade 'interna', contrariamente ao que acontece para todos os outros actores europeus", o que torna os fundos portugueses "impossíveis de vender fora de Portugal. Gostaria de vender a nossa gestão junto da comunidade portuguesa em França ou no Luxemburgo, mas isso significa ter de sujeitar esses clientes a uma dupla tributação, ou ter que optar por lançar um fundo no Luxemburgo ou na Irlanda". Está aqui uma ideia, salienta, "para melhorar a nossa balança de pagamentos!"
Para o administrador da Optimize, a segunda fraqueza reside na "ausência quase total" de gestoras independentes, num sector que é dominado pelos bancos e no qual, "tanto em termos de gestão como de distribuição não existem incentivos suficientes para os 'best performers'".
Considera que se trata de um mercado "demasiado estático", onde os clientes escolhem os investimentos "dentro da gama proposta pelo banco onde têm conta", acrescentando que, num contexto de necessidade e captar depósitos, "os bancos foram actores activos dos resgates massivos aos quais assistimos".
Tendo em conta todo este contexto na gestão de activos, Diogo Teixeira considera que "a viabilidade deste sector em Portugal está realmente em causa", sublinhando que se trata de "uma indústria de custos fixos, que necessita de volumes importantes para ser rentável e eficiente". Um desaparecimento da gestão de activos em Portugal, acrescenta, "teria consequência extremamente negativas para o acesso ao financiamento das nossas empresas e Estado, num contexto em que somos dos poucos a 'apostar em Portugal'".