Gestoras de activos ficam com mais de metade da emissão de dívida

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Osvaldo Gago, Wikimediacommons

As gestoras de activos compraram mais de metade da dívida, com maturidade a cinco anos, emitida ontem por Portugal, numa colocação feita a um juro de 4,891% e que teve forte procura, tendo 93% ficado colocada em investidores internacionais.

De acordo com o comunicado divulgado ontem à noite pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), 60% ficou em gestoras de activos, 24% em ‘hedge funds’, 10% em bancos e 4% em seguradoras, correspondendo os restantes 2% a investidores de outro tipo.

Quanto à distribuição geográfica da emissão de 2,5 mil milhões de euros colocada ontem, Estados Unidos e Reino Unido aparecem com as percentagens mais elevadas, de 33% e 29%, respectivamente, seguindo-se outros países europeus (11%), Ásia e Alemanha, Áustria e Suíça, em ambos os casos com 9%, e Portugal com 7%, tendo os restantes 2% ficado em outras geografias. A procura nesta emissão sindicada, que se refere à reabertura de uma linha de obrigações com maturidade em 16 de Outubro de 2017, ultrapassou 12 mil milhões de euros.

Na conferência de imprensa, ontem ao final da tarde, sobre a emissão de obrigações, a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, referiu que este regresso de Portugal aos mercados de dívida de médio e longo prazo “é um passo essencial para a conclusão do programa de ajustamento”, assim como “fundamental para a preparação do período pós-programa”, no sentido da recuperação da autonomia financeira do país.

“Mas é sobretudo importante”, salientou, “ porque representa a melhoria das condições de financiamento da economia portuguesa, elemento chave para o arranque de um ciclo de crescimento económico sustentável”.

A secretária de Estado destacou ainda que este regresso, “mais cedo do que o inicialmente esperado, só foi possível porque Portugal cumpriu todos os compromissos assumidos no âmbito do programa”, e definiu-o como um “marco fundamental”, num processo que “exige trabalho e determinação contínuos para que seja sustentável”.