Gestores destacam valorização do S&P500 no mês de novembro

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diegodacal, Flickr, Creative Commons

O mês de novembro foi marcado, como visto anteriormente, por uma queda do mercado de ações português e europeu, mas nos Estados Unidos o panorama pareceu ser diferente, com os principais índices norte-americanos a terminar o mês em alta. O que levou a esta subida? Que setores mais contribuíram para estes resultados? Consultámos as fichas mensais dos fundos de ações americanas e apresentamos-lhe agora as visões das equipas de gestão sobre esta matéria.

A valorização do S&P500 durante o mês passado é um dos fatores destacados pelos gestores. Luis Beamonte, gestor do Santader Acções América, diz que essa valorização aconteceu devido à queda do dólar, em oposição ao euro que subiu e, nesse sentido, afetou negativamente as empresas exportadoras e levou a um recuo do Eurostoxx50. De acordo com António Dias, gestor IMGA Ações América, essa subida do S&P500 foi também impulsionada por “dados económicos sólidos, em particular o crescimento do PIB de 3,3%”, que foi, segundo o gestor, o melhor resultado desde o terceiro trimestre de 2014.

Da equipa de gestão do BPI América, referem que “mesmo perante os efeitos negativos dos fatores externos, a economia está a crescer de uma forma sólida, com o mercado laboral, o consumo e a atividade industrial a mostrarem sinais de dinamismo”. Dizem ainda que “apesar da inflação ainda não se encontrar nos níveis desejados”, esta deverá continuar a normalizar e destacam a importância da reunião de 13 de dezembro da Reserva Federal, que acabou por fixar a taxa de referência no intervalo entre 1,25% e 1,5%, para essa normalização.

Para António Dias, o mês de novembro fica ainda marcado por notícias de potenciais fusões e aquisições, com destaque para “as ofertas lançadas pela Broadcom sobre a Qualcomm, pela Hasbro sobre a Mattel e a potencial aquisição de alguns ativos da Fox News pela Disney”. Refere ainda o setor de retalho alimentar, que sobressaiu positivamente no seguimento da divulgação dos “fortes resultados trimestrais da Walmart”, enquanto os setores tecnológicos “não conseguiram acompanhar a performance do restante mercado num movimento de reversão para a média”.

Em termos políticos, o facto de Donald Trump ter nomeado Jerome Powell como presidente da Reserva Federal é enfatizado pela equipa de gestão do BPI América, referindo que a sucessão a Janet Yellen é “interpretada como uma continuação da atual postura da Fed”. Luis Belmonte destaca ainda a aprovação da reforma fiscal de Donald Trump, promulgada no passado dia 22 de dezembro. Esta lei vai cortar os impostos pagos pelas empresas para o seu nível mais baixo desde 1939, sendo que se prevê que em 2019 os investidores estrangeiros que tenham participações sociais em empresas nos Estados Unidos vão poupar quase 50 mil milhões de dólares em impostos.