Small caps: o que são e o que ter em conta no momento de investir nelas

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Neste momento, os mercados têm uma linha divisória pré-pandemia e pós-pandemia. Antes de a COVID ter transtornado as nossas vidas, as empresas de grande capitalização conseguiam cotações e resultados muito bons, acompanhados de uma política dovish executada pelos bancos centrais. Agora, parece que tudo mudou. A política monetária tornou-se hawkish e já se começa a falar muito do potencial das small caps, mas o que são e o que se deve ter em conta no momento de investir nelas? Analisamo-lo nesta entrada de Glossário.

O que são as small caps? Caraterísticas básicas

As small caps são as ações cuja capitalização se situa entre 250 milhões de dólares e 2.000 milhões (ainda que os intervalos possam variar). Estes títulos tendem a ser investimentos de maior risco, mas também de maior rentabilidade potencial, dados os mercados finais que servem, a sua idade e o seu tamanho. Além disso, costumam ser mais voláteis e menos líquidos do que os de maior dimensão.

Por que podem representar uma oportunidade de investimento?

Em termos gerais, as ações de pequena capitalização podem representar uma atrativa oportunidade de investimento devido ao seu potencial de crescimento superior, maior conjunto de oportunidades e às ineficiências do mercado. Passamos a explicar.

Falamos de um potencial de crescimento superior perante maiores oportunidades, visto que estes títulos são, muitas vezes, menos maduros do que as grandes empresas com anos de crescimento pela frente. Além disso, costumam ter uma gestão mais centrada e empreendedora.

Em segundo lugar, ao mencionar um maior conjunto de oportunidades, surgem duas questões. A primeira, o número dos componentes do índice é maior do que o das suas homólogas de grande capitalização; a segunda, devido a uma maior dispersão dos retornos do que no índice de grande capitalização. Nicholas Paul, gestor de carteiras na MFS IM, argumenta que esta circunstância oferece aos gestores ativos maiores oportunidades de geração de alfa, “permitindo aos gestores ativos experientes e com extensos recursos de análise identificar oportunidades atrativas de ações”.

Quanto às ineficiências do mercado, estas traduzem-se numa menor cobertura das casas de research e em ativos menos líquidos, simultaneamente um risco e uma oportunidade. O maior risco é, de facto, a sua liquidez. Por serem menos líquidos, dado o seu reduzido tamanho, podem gerar maiores perdas a curto prazo com movimentos de mercado amplos.

Composição setorial dos índices small caps

Os títulos de pequena capitalização tendem a ser mais cíclicos, em parte porque os índices de pequena capitalização costumam estar mais expostos a setores cíclicos do mercado, como o financeiro e o industrial. Um dos índices mais conhecidos de ações de pequena capitalização é o Russell 2000, composto por títulos entre micro e média capitalização.

Assim, a natureza mais cíclica das empresas de pequena capitalização conduz a uma maior sensibilidade ao crescimento em comparação com as empresas de maior capitalização. Estas últimas, mais defensivas, estão mais orientadas para o crescimento secular.

Mais centradas no mercado nacional

As empresas de pequena capitalização tendem a centrar-se mais nos mercados locais. Perante contextos de mercado em mudança, como os que temos vivido ultimamente, as small caps podem ser mais ágeis do que as de grande capitalização devido ao seu menor tamanho e às equipas de gestão mais pequenas.