Hawkclaw Capital Advisors: “A apreciação do dólar americano terá um impacto negativo contido nas economias emergentes”

Francisco_Falca_o
Cedida

Tal como outras entidades, as perspetivas para 2017 da Hawkclaw Capital Advisors   deixam antever algum positivismo em relação aos EUA. A consultora situada no Porto perspetiva que no país “a implementação de uma política de alívio fiscal e de investimento em infraestruturas deverá suportar a normalização do crescimento económico”. Na Europa, por seu lado, perspetivam um “cenário menos positivo”, já que “a fragmentação económica e política é um entrave à eficácia da política monetária e à estruturação de uma política fiscal comum”. No bloco emergente consideram que “as economias mais assentes na exportação de matérias-primas continuarão o seu processo de ajustamento e recuperação”.

Tendo em conta o acima referido, da entidade dizem-se positivos nos EUA, nomeadamente “na componente acionista dos sectores de energia, infraestrutura e construção, aeroespacial e defesa, assim como em empresas que beneficiem do aumento potencial dos gastos de capital (“capex”)”. No campo das obrigações favorecem uma duration curta, recomendando “uma diversificação para taxa variável em títulos denominados em dólar americano”. “O intenso calendário eleitoral na Europa (França, Alemanha e Holanda) em 2017”, em conjunto “com o cenário de “Brexit no final do primeiro trimestre fazem antever grandes choques de volatilidade ao longo do ano”, sendo que preferem, por isso, manter essencialmente posições obrigacionistas em empresas de sectores que beneficiem do ciclo económico de recuperação e de um euro fraco, focando a atenção na taxa de rendimento corrente (“current yield”)”. Dentro do universo dos mercados emergentes dizem continuar “positivos ao nível de dívida corporativa em hard currency e soberana/supranacional local currency”,  sendo que consideram “que a apreciação do dólar americano terá um impacto negativo contido” nas economias em causa.

Ainda tendo em conta o acima referido - e embora não tenham uma filosofia de investimento que assente na pura seleção de fundos – da consultora deixam uma menção ao benefício de investimento no ETF Energy Select Sector SPDR, que “poderá ser uma das posições da componente acionista das carteiras”, visto estarem positivos em relação aos sectores cíclicos nos E.U.A, e tendo em conta o cenário que perspetivam de que “o preço do petróleo se manterá suportado em alta durante 2017”.

Para 2017, e numa perspetiva mais de negócio, entendem que o sector financeiro continua a ter como grande desafio “a recuperação da confiança dos investidores/aforradores”. Entendem que “as entidades que apresentam maior independência e alinhamento de interesses com os clientes irão certamente beneficiar das oportunidades que emergem dessa desconfiança gerada nos últimos anos”.