A entidade procurou diferenciar-se de muita da oferta no campo dos fundos mobiliários, com uma solução que capitaliza no expertise de multiativos da casa.
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A gestora de fundos mobiliários e de capital de risco Heed Capital deu o seu primeiro passo no mundo dos fundos mobiliários elegíveis para o investimento necessário à obtenção de um visto gold. O racional, como explica Gustavo Caiuby, diretor na entidade, passou por se diferenciarem de grande parte da restante oferta no mercado, com um fundo que capitaliza na expertise na gestão de multiativos flexíveis na casa de investimentos. "Logo quando foi publicada a nova lei, em outubro do ano passado, começámos a pensar no que seria a nossa oferta no espaço dos fundos elegíveis para vistos gold, e assim nasceu o Heed Top, um fundo com ativos líquidos, que os investidores conhecem e em que têm experiência”, diz.
Considerando então o limite mínimo de 60% de investimento em ativos portugueses, para que seja elegível, os profissionais da Heed Capital decidiram dar preferência a emissões de dívida corporativa nacional como núcleo da carteira. “A nossa prioridade é alocar o capital em obrigações portuguesas, e só depois a ações portuguesas”, explica, completando esse núcleo com o investimento em ações e emissões de dívida internacionais com base no que identificam como oportunidades no mercado. “Conseguimos assim, trazer para o investidor uma volatilidade mais reduzida e, sabendo que o mercado acionista português é muito concentrado em alguns setores, conseguimos, assim, também uma maior diversificação”, conta Gustavo Caiuby.
A experiência da casa
Para Pedro Alves, diretor de Investimentos na entidade, este "foi um caminho que permitiu tirar partido da experiência da equipa em multiativos" uma das caraterísticas diferenciadoras da casa. “O mercado de dívida corporate, apesar de muitos emitentes coincidirem com os que estão nos índices de ações, abre algumas oportunidades em termos de diversificação de ativos e emitentes”, explica. Por outro lado, o profissional conta que os 40% do fundo que não têm que estar alocados a ativos portugueses vão ajudar a diversificar, tanto na parte setorial como no risco específico do país. “Para os investidores é relevante para a preservação de capital, e usar esse buffer para aumentar a diversificação do fundo contribui para o controlo do risco. Hoje em dia estamos num contexto relativamente favorável para Portugal, mas temos um ambiente de taxas de juro ainda um pouco difícil, e faz todo sentido diversificar a carteira para lá de Portugal, dentro do possível”, diz.
Como o fundo pode ter até 65% dos ativos investidos em ações, a flexibilidade é uma caraterística evidente, mas essa margem é para ser usada com cautela. “O objetivo não é ter sempre o pé no acelerador, mas sim usar essa flexibilidade de forma casuística conforme as oportunidades que vamos identificando em crédito e ações”, conta Pedro Alves. A seleção dos ativos individuais resulta do processo que a equipa foi consolidando na gestão dos outros fundos da casa, partindo de uma visão macro e só em seguida procurando identificar as oportunidades individuais.
Objetivos de crescimento
O fundo arranca com um compromisso dos investidores na ordem dos três ou quatro milhões de euros, mas os objetivos da entidade para com este fundo são ambiciosos e passam por “atingir um montante de 15 milhões num horizonte de relativamente curto prazo, e fazer o percurso até aos 50 milhões de euros a mais longo prazo”, como conta Gustavo Caiuby. A distribuição será feita diretamente pela entidade, capitalizando na relação que tem com diversas entidades envolvidas nos processo de residência não habitual, mas, a mais longo prazo, poderão envolver bancos na distribuição. “Consideramos importante ter esse relacionamento quando tivermos um montante sob gestão mais considerável”, relata.
O fundo foi desenhado com uma comissão de performance de 20%, mas com uma hurdle rate de 5%, sendo que Gustavo Caiuby relembra o perfil mais tranquilo do fundo e que, em momento algum “a equipa vai assumir riscos excessivos”. A comissão de gestão será de 1,5%, de subscrição, 2%, e os mínimos de investimento são de 100 mil euros.
Finalmente, o facto de ser um fundo mobiliário aberto é, para Gustavo Caiuby, uma caraterística importante do fundo pela flexibilidade e familiaridade que aporta ao investidor. “Primeiramente, os ativos que compõem o portfólio do fundo são geralmente bem conhecidos pelos investidores” o que traz, segundo aponta, “confiança e transparência” ao processo. “Além disso, os fundos mobiliários tendem a oferecer uma liquidez superior em comparação com os fundos de capital de risco, permitindo que os investidores façam resgates a qualquer momento, dependendo das caraterísticas específicas do fundo. Essa flexibilidade proporciona aos investidores uma sensação de controlo e acesso imediato ao seu capital, o que é extremamente valioso do seu ponto de vista”, conclui.