Imobiliário e ativos financeiros contribuem para o crescimento da riqueza média das famílias portuguesas

captações asset allocation multiativos património
Créditos: Shubham Dhage (Unsplash)

O Banco de Portugal divulgou esta semana o Inquérito à Situação Financeira das Famílias de 2020, de onde se destaca uma evolução positiva em termos globais.

Nomeadamente, fica claro no inquérito que a riqueza média líquida de dívida cresceu 19,9% relativamente ao mais recente inquérito equivalente, de 2017. Este valor atingiu os 200,4 mil euros em termos médios, muito embora a mediana não vá além dos 101,2 mil euros. Não obstante, o valo mediano cresceu de forma mais acentuada que a média, atingindo um crescimento de 31,3% face a 2017.

Tanto os ativos reais como os ativos financeiros contribuíram para esta evolução, o "que é consistente com o aumento dos preços no mercado imobiliário e o aumento dos depósitos das famílias neste período, especialmente acentuados desde a pandemia", dizem do Banco de Portugal.

Uma redução da desigualdade

Os dados compilados mostram também que a assimetria da distribuição da riqueza reduziu-se ligeiramente. Em 2020, as famílias pertencentes ao conjunto das 10% com maior riqueza líquida (percentil 90) detinham 51,2% da riqueza líquida total (53,9% em 2017). A evolução do índice de Gini e a da percentagem de riqueza na posse das famílias com maior riqueza líquida apontam também para uma ligeira redução da desigualdade entre 2017 e 2020, mas também face a 2012.

O Banco de Portugal alerta, contudo, para as consequências do período de realização do inquérito, entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021. Este ocorreu "em plena crise pandémica, o que levou a alterações metodológicas que podem ter implicações nos resultados, os quais devem ser lidos com as devidas reservas".