Índice Sharpe: os últimos três anos nos fundos multiativos portugueses

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RachelEllen, Flickr, Creative Commons

A Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios – APFIPP – divide os fundos multiativos consoante a componente acionista presente na carteira. Assim, os fundos mais defensivos não investem mais de 35% em ações enquanto os equilibrados não investem acima de 65%. Já nos fundos multi-ativos agressivos o investimento em ações é de pelos menos 65% da carteira.

Além da tradicional análise simples às rendibilidades, é possível ver os fundos mais eficientes. Desta forma, quais são os fundos multiativos nacionais que foram geridos de forma mais eficiente nos últimos três anos? Uma das formas de responder a esta questão é através do rácio de Sharpe que explica qual foi a rendibilidade que o gestor foi capaz de gerar sobre o ativo sem risco (risk free) por cada unidade de risco assumida. Em termos de resultados, é possível afirmar que quanto maior for o rácio de Sharpe, mais eficiente foi a gestão. Os dados apresentados foram retirados da Plataforma Morningstar Direct para o período de três anos na data de 31 de agosto de 2016.

Desta forma, de todos os fundos multiativos nacionais, aquele que regista o maior Sharpe Ratio (0,82) é o IMGA Prestige Conservador cujo gestor é David Pinheiro. Trata-se de um fundo gerido pela IM Gestão de Ativos que é enquadrado no segmento dos multiativos defensivos. Este produto ostenta dois selos Funds People: o de Consistente e ainda o de Blockbuster e regista, nos últimos três anos uma rendibilidade de 2,95% com um desvio-padrão de 3,66%. As obrigações representam cerca de 56% do valor líquido global do fundo, enquanto as ações detinham uma presença superior a 18%, isto tudo no final de agosto passado. Na mesma data a duration das obrigações em carteira superava os 6, com a sua maturidade efetiva a situar-se nos 8,93.

Com um rácio Sharpe de 0,68 vem o Caixagest Seleção Global Moderado. Gerido pela Caixagest o fundo regista nos últimos três anos uma rendibilidade de quase 3,5% com uma volatilidade de 5,25%, tratando-se de um fundo multiativo defensivo. O produto gere mais de 277 milhões de euros, com as obrigações a representarem pouco mais de 50% do valor líquido do fundo e as ações a ficarem com uma fatia de 30%. Trata-se, também, de um Blockbuster segundo a metodologia Funds People.

Com um Sharpe Ratio semelhante surge o Montepio Multi Gestão Prudente que, tal como os anteriores, é um produto multiativo defensivo. Gerido pela Montepio Gestão de Activos, o fundo atinge ganhos anualizados de 3,07% nos últimos três anos com o seu desvio-padrão a atingir os 4,72. Em termos de composição da carteira, quase 53% do valor líquido do fundo está investido em obrigações com as ações a fixarem a sua quota parte em mais de 27%. Em termos totais, o fundo gere pouco mais de 4 milhões de euros.

Defensivos com melhor resultado

Os fundos multiativos defensivos apresentam melhor resultado no índice Sharpe do que os fundos equilibrados e agressivos. Em termos médios – e com todas as limitações da média – os multiativos defensivos apresentam um Sharpe Ratio médio de 0,47. Já os fundos equilibrados registam um valor de 0,411 enquanto que os multiativos agressivos ficam-se pelos 0,30.

Índice Sharpe a três anos

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Fonte: Morningstar Direct

Relação Retorno/Risco

A relação entre a rendibilidade e o risco é das mais importantes no mundo financeiro, sobretudo para quem tem de tomar decisões de investimento. A premissa é óbvia: não existe investimento sem risco! Conseguir gerar boas rendibilidades com pouco risco não está ao alcance de todos e é uma tarefa que permite distinguir os bons gestores dos menos bons.

Por exemplo, José Valente, gestor na Crédito Agrícola Gest, na revista Funds People número 14 (que se encontra neste momento em distribuição), afirmava que “não é só importante gerir o incremento marginal de retorno,  mas também o risco. A questão não está em como se gera retorno,  mas sim em como se gere o risco”.

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Fonte: Morningstar Direct