No outlook para o próximo trimestre, a entidade traça uma alocação de ativos em que as ações europeias estão em destaque, pois “as avaliações permanecem relativamente mais favoráveis”.
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Com o FMI a prever, nas suas últimas estimativas, que a economia mundial deverá crescer 3,5% e 3,6% em 2017 e 2018, a Invest Gestão de Activos, perspetiva, no seu outlook para o terceiro trimestre do ano, que esta melhoria do crescimento deverá ser protagonizada, essencialmente, pelos Estados Unidos, e em segundo lugar pela “estabilização da China” e pela “recuperação das economias russa e brasileira.”.
No mesmo documento elaborado pela entidade, sobre os EUA é destacado que no primeiro trimestre a economia do país cresceu em cadeia, 1,2% (anualizado), valor que “apesar de superior ao esperado pelos analistas”, foi “o valor mais baixo no último ano”. Da entidade realçam e justificam que “o bom comportamento do consumo privado e do investimento não-residencial acabaram por ser de certa forma anulados pelos valores abaixo do esperado do investimento público e dos inventários das empresas”.
Do lado da Zona Euro, a entidade recorda o crescimento de 0,6% em cadeia do PIB no primeiro trimestre do ano, o que configurou mais 0,1 pp do que no trimestre anterior. Em termos de perspetivas futuras do FMI, a entidade destaca Espanha, cujo PIB se espera que cresça 2,6% e 2,1% em 2017 e 2018, respetivamente.
Quatro emergentes
Do espectro de países emergentes, a gestora sublinha a performance de quatro países: China, Índia, Rússia e Brasil. O gigante asiático, referem, “evidencia uma aceleração face aos trimestres anteriores”, com um crescimento da economia de 1,3% no primeiro trimestre. Relativamente à Índia é sublinhado que “o crescimento mantém uma tendência descendente, fixando-se nos 6,1%, nos três primeiros meses do ano, e muito abaixo dos 7,0% registados no trimestre anterior”. Para a entidade é importante olhar para este dado tendo em conta que “o abrandamento do consumo privado e o investimento provocado pelo programa de demonetization iniciado em novembro de 2016”. Na Rússia, por sua vez, “a recuperação dos sectores mineiro e industrial, assim como no comércio e transportes, tem estado na base da melhoria da atividade geral”. O crescimento homólogo no país, indicam, foi de 0,5% no primeiro trimestre. Também positivo dizem ser o percurso traçado pelo Brasil, que no primeiro trimestre do ano alcançou um crescimento, em cadeia, de 1%, valor que configura “o primeiro positivo nos últimos dois anos”.
Mercados
Os mercados acionistas norte-americanos e também os europeus registaram um primeiro semestre “positivo”. Dentro do mercado europeu, a entidade relembra que “os mercados ibéricos foram os mais rentáveis no período”, “com os índices espanhol (IBEX-35) e português (PSI-20) a valorizarem 11,7% e 10,1%, respetivamente”. Também do lado europeu, mas no que toca à dívida pública, é destacado o facto das Bunds a 10 anos terem subido 26 bp no semestre, terminando o mês de junho nos 0,47%. “A melhoria dos dados económicos na Zona Euro, aliada à perspetiva de um aumento da taxa de inflação, conduziu a uma subida das yields alemãs, que ainda se mantêm em níveis historicamente baixos”, destacam no documento.
Obrigações: cenário complexo
Com o terceiro trimestre à porta, a entidade adopta para este período o que apelida de uma “alocação de ativos relativamente defensiva”, “contrabalançando estratégias e sectores mais cíclicos com outros de menor beta ou correlação com os mercados”.
No espectro das ações, dizem continuar a preferir os mercados europeus, em especial os ibéricos. As avaliações, lembram, “permanecem relativamente mais favoráveis quando comparadas com as do mercado norte-americano”, e a título de exemplo “o índice Stoxx-600 transaciona com um Price-to-Earnings (PE) de 15,0x os resultados esperados para 2017, que compara com o rácio de 17,6x do índice S&P-500”. A exposição (direta) a ações norte-americanas é para a entidade um movimento a reduzir em carteira, a par das ações emergentes, ativos que na opinião da gestora “continuam vulneráveis à imprevisibilidade da política económica de Donald Trump e ao abrandamento da economia chinesa”.
No campo das obrigações, “a ‘yield gap’ ou prémio de risco continua a ser mais atrativo na Europa, mesmo num cenário de subida moderada das yields”. Ainda assim, as obrigações são uma classe de ativos complexa por esta altura para a entidade, que prefere manter “uma duration média (risco de taxa de juro) baixa e a opção por obrigações de dívida privada e dívida emergente”.