Investidores aproveitam a volatilidade para assumir risco

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Ludmila Tavares, Flickr, Creative Commons

Ao contrário do que se passou em 2017, os primeiros nove meses do ano de 2018 têm-se destacado por uma maior dinâmica nos mercados de ações e obrigações. E essa dinâmica está patente na volatilidade, volatilidade essa que atingiu as diferentes classes de ativos, mas que teve um efeito contra intuitivo nas decisões de alocação dos investidores, que concentraram os resgates em duas categorias de fundos específicas. Falamos dos fundos do mercado monetário e de obrigações, que no seu conjunto, sofreram resgates líquidos superiores a 700 milhões de euros durante o ano de 2018.

Por outro lado, a categoria que mais captou durante o ano, agregando captações líquidas na ordem dos 380 milhões de euros, é também a categoria que mais cresceu no ano passado. Falamos dos fundos de alocação.  Os fundos de ações, no seu agregado, também se posicionam positivamente em 2018, com captações líquidas de 63 milhões de euros.

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Ao detalhe

Entrando num maior detalhe - recorrendo às categorias Morningstar -  observamos que foram os fundos multiativos cautelosos que mais capital atraíram, liderando destacadamente as captações no ano, com mais de 205 milhões de euros. Mais além, vemos também que praticamente todas as categorias de allocation se posicionam no lado positivo da tabela.

Na classe de ativos de ações foram os fundos com um enfoque large-cap global que mais atraíram os investidores, agregando 82 milhões de euros de captações líquidas.

Em obrigações, a categoria other bond, que inclui um par de estratégias com uma abordagem flexível ao investimento em obrigações, foi a que conseguiu atrair mais dinheiro dos investidores - quase 22 milhões de euros. Destaque também para as categorias de obrigações governamentais e obrigações flexíveis que captaram mais de 15 milhões de euros cada.

No lado oposto do ranking, observamos que foram os fundos de tesouraria e de mercado monetário que mais investimento perderam. No seu agregado, as categorias de mercado monetário e obrigações de muito curto-prazo são as grandes responsáveis pela queda dos ativos sob gestão em fundos mobiliários nacionais. Contudo, considerando que estes fundos perderam mais do que o mercado no geral, é evidente um maior apetite pelo risco por parte dos investidores este ano, apesar da referida volatilidade que tomou conta dos mercados. Terão os investidores encontrado oportunidade na volatilidade?

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