Investidores de ETF ativam modo risk-off após o aumento da volatilidade em fevereiro

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A calma antes da tempestade foi o que se viveu no início de fevereiro já que na primeira metade do mês, “imperou a valorização dos principais índices acionistas motivada pela boa “earning-season” e pelos bons dados macroeconómicos”, explica Bruno Pinhão, gestor de Produto – Investimentos do ActivoBank. Na segunda metade de fevereiro chegou a tempestade. “Os mercados sentiram uma brusca e agressiva queda generalizada à medida que o coronavírus ganhava terreno fora da China”, comenta o profissional.

Nas palavras do gestor do ActivoBank, “ao analisar os ETF mais transacionados pelos clientes do Activobank em fevereiro, e pelos acontecimentos do mercado, aparenta que os investidores estiveram ativos apenas na primeira metade do mês, dado que a esmagadora maioria dos ETF escolhidos valorizam pelas subidas dos mercados ou sectores. A complementar a exposição à valorização do mercado, está ainda o fator de alavancagem de 3X, evidenciador da confiança dos investidores na valorização do mercado”. Conforme explica o Bruno Pinhão, a segunda metade do mês foi “marcada por um parcial risk-off dos investidores que terão visto a ausência de exposição ao mercado como melhor maneira de salvaguardar o seu capital”.

Na mesma linha, João Queiroz, head of Online Banking da plataforma GoBulling do Banco Carregosa, refere que “com o COVID-19 ou coronavírus a disseminar por todo o globo com maior enfoque no Irão e na Itália (4ª maior economia da Zona-Euro e 8ª mundial) os investidores reagiram de forma mais conservadora, reduzindo o apetite pelo risco, procurando gerir o significativo incremento da volatilidade a que assistiam”.

No que concerne os sectores, o profissional do Banco Carregosa explica que “as ações tecnológicas continuaram a ser privilegiadas pelo posicionamento tático nas recuperações, o S&P500 e os índices globais como o MSCI WORLD que continua a ser um instrumento com bastante procura para os investidores com perfis de alocação de longo-prazo”.

Do lado do Banco Best, os ETF mais subscritos em fevereiro foram essencialmente ETF que seguem índices de ações e apenas um índice de commodities. Lítio e Tecnologia de Baterias e seguradoras europeias foram os sectores que constituíram as grandes apostas dos investidores em fevereiro.

Nas componentes de ações, Rui Castro Pacheco, diretor-adjunto do Banco Best, explica que registaram “alguma dispersão regional, tendo inclusivamente a presença de um índice global, com o ETF iShares Core MSCI World UCITS ETF USD (Acc) EUR”. Os clientes da entidade também mostraram preferência pelos mercados maioritariamento pelos EUA, mas também pela Europa, Brasil e até pela China. Quanto às commodities, o profissional conta que em fevereiro voltaram a contar com a presença do United States Natural Gas, um fundo que procura seguir o preço do gás natural nos EUA.