Investidores em Portugal subiram as expetativas de retorno face ao ano passado

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Créditos: Diego Jimenez (Unsplash)

"A pandemia aumentou a nossa sensação de incerteza, mas não reduziu o optimismo nas expectativas de retorno dos investidores, quer globalmente quer em Portugal, onde os investidores esperam um retorno médio anual de 11,2%, acima do que esperavam no ano passado”. Carla Bergareche, directora geral da Schroders para Portugal e Espanha comenta assim os resultados obtidos no Global Investor Study  de 2021, onde foram inquiridas mais de 23.000 pessoas de 32 países.

Mais especificamente, as expectativas médias de retorno anual para os próximos cinco anos a situam-se em 11,3%, a nível global. É o valor mais alto desde 2016 e representa um aumento em relação aos 10,9% previstos há um ano. Em Portugal, as expectativas situam-se em 11,2% em 2021, face aos 10,7% registados no ano anterior.

Sobre estes resultados, a responsável ibérica da entidade gestora britânica alerta que o “optimismo excessivo possa levar a decepções e erros de previsão nas nossas finanças futuras”. No entanto, considera também “encorajador ver que a pandemia também atuou como um catalisador para realçar a importância do planeamento financeiro, para os investidores portugueses, e para aumentar a sua capacidade de poupar”. 

De facto, os resultados do estudo mostram um maior foco na poupança e no bem-estar financeiro, como dois dos “legados duradouros da pandemia”. Em termos globais, o estudo concluiu que quase metade dos investidores (46%) irão poupar mais mesmo depois de levantadas as restrições impostas pela pandemia Covid-19. 

Foco na poupança

Quase um terço (32%) dos investidores a nível mundial, e 36% em Portugal, pouparam, ao longo de 2020, mais do que tinham planeado. Esta poupança resultou maioritariamente da diminuição das despesas em bens não essenciais (75%), tais como refeições fora, viagens e lazer.

Entre os investidores que não conseguiram poupar tanto como planeado, 46% das pessoas a nível mundial e 41% em Portugal citaram a redução dos salários/rendimentos do trabalho como a principal razão, o que reflete os grandes desafios causados pela pandemia. 

De notar também que,  75% dos investidores portugueses indicaram que passaram mais tempo a pensar no seu bem-estar financeiro e a reorganizar as suas finanças pessoais desde a pandemia, e 64% concorda fortemente que o desempenho dos seus investimentos tem ainda um impacto na sua saúde mental.

Já no que se refere a tendência de investimento, 49% dos investidores portugueses assume ter investido, no último ano, em ações de empresas tecnológicas, seguidas de ações ou fundos imobiliários (48%). 

A quem pedem conselhos os investidores

Tanto a nível global como a nível europeu, os investidores continuem a eleger o banco como fonte de aconselhamento financeiro (45% e 42%, respetivamente). Os consultores financeiros independentes, por seu lado, agregam 40% e 36% dos votos, respetivamente. Em Portugal, 58% dos inquiridos afirma receber aconselhamento do seu banco e 37% de consultores financeiros independentes.