Jung Ho Rhee (Mirae Asset): “Tentamos encontrar as melhores oportunidades”

Comida_asiatica
Roi Valcárcel, Flickr, Creative Commons

O mundo inteiro está com os olhos postos na Ásia”. Assim comentou Jung Ho Rhee, CEO da Mirae Asset aquando da sua última passagem por Portugal.  Cada vez mais a região tem um papel mais preponderante na economia mundial. Por exemplo, no último relatório publicado pelo FMI, a perspetiva da entidade é que a região cresça 6,4% este ano e 6,3% no ano que vem, isto se excluirmos o Japão. Se analisarmos individualmente, verificamos que para a China o crescimento previsto é de 6,5% para este ano enquanto que na Índia a previsão é de 7,5%.

O responsável da entidade sediada na Coreia do Sul, refere que “o continente asiático está num patamar totalmente diferente do que estava há dez anos”. Enquanto que antigamente era o Japão que comandava o pelotão, agora surgem uma série de países que estão a dar nas vistas. Para sustentar esta tese o CEO da Mirae Asset dá como exemplo a China e a Índia. No primeiro caso, refere que “a China está a desenvolver-se” enquanto que na “Índia são as reformas que estão a comandar o país”.

Além da China e da Índia, Jung Ho Rhee destaca também o desenvolvimento de alguns Frontier Markets, como Taiwan ou Vietname. “Apesar de estar num patamar diferente da China e da Índia, Taiwan apresenta-se num patamar semelhante ao da Coreia do Sul”, refere. Sobre este último país, onde está a sede da Mirae Asset, o CEO destaca o facto de “agora exportar menos de 10% do seu PIB, enquanto que há 10 anos o valor era de 20%”, o que reflecte um aumento do consumo interno. Relativamente ao Vietname, o profissional destaca o “valor de quase 20% do PIB” que é exportado pelo país, reflexo do caráter menos desenvolvido e orientado para a exportação da economia do país. Segundo os dados do FMI, o crescimento nestes três países para 2016 é assinalável. Para Taiwan, o organismo aponta para um crescimento de 1,5%, enquanto que para a Coreia do Sul o incremento situa-se nos 2,7%. O Vietname destaca-se neste caso particular com uma projeção de crescimento de 6,3% para 2016.

“Olho de falcão” para os grandes nomes e oportunidades

O grande pilar da entidade asiática é o “grande conhecimento da região, visto que a Mirae Asset opera num elevado numero de países na Ásia”, refere o profissional, avançando com o número de noventa mil milhões de dólares em ativos sob gestão. Grande parte desse valor está aplicado em fixed income, no entanto a classe de ações também está na mira da entidade. “Tentamos encontrar as melhores oportunidades dentro do universo de investimento”, realça Jung Ho Rhee, reforçando a ideia de que “os grandes nomes, como Samsung ou Toyota também têm de fazer parte do portefólio”. “O Japão é muito importante e precisamos de investir no país, sobretudo porque está muito integrado na região”, refere o CEO da Mirae Asset, assinalando que “é possível que dentro de três a cinco anos tenhamos uma estratégia de investimento em ações muito focada no Japão”.