O CEO da Mirae Asset passou por Portugal e esteve à conversa com a Funds People, focando no mercado asiático.
“O mundo inteiro está com os olhos postos na Ásia”. Assim comentou Jung Ho Rhee, CEO da Mirae Asset aquando da sua última passagem por Portugal. Cada vez mais a região tem um papel mais preponderante na economia mundial. Por exemplo, no último relatório publicado pelo FMI, a perspetiva da entidade é que a região cresça 6,4% este ano e 6,3% no ano que vem, isto se excluirmos o Japão. Se analisarmos individualmente, verificamos que para a China o crescimento previsto é de 6,5% para este ano enquanto que na Índia a previsão é de 7,5%.
O responsável da entidade sediada na Coreia do Sul, refere que “o continente asiático está num patamar totalmente diferente do que estava há dez anos”. Enquanto que antigamente era o Japão que comandava o pelotão, agora surgem uma série de países que estão a dar nas vistas. Para sustentar esta tese o CEO da Mirae Asset dá como exemplo a China e a Índia. No primeiro caso, refere que “a China está a desenvolver-se” enquanto que na “Índia são as reformas que estão a comandar o país”.
Além da China e da Índia, Jung Ho Rhee destaca também o desenvolvimento de alguns Frontier Markets, como Taiwan ou Vietname. “Apesar de estar num patamar diferente da China e da Índia, Taiwan apresenta-se num patamar semelhante ao da Coreia do Sul”, refere. Sobre este último país, onde está a sede da Mirae Asset, o CEO destaca o facto de “agora exportar menos de 10% do seu PIB, enquanto que há 10 anos o valor era de 20%”, o que reflecte um aumento do consumo interno. Relativamente ao Vietname, o profissional destaca o “valor de quase 20% do PIB” que é exportado pelo país, reflexo do caráter menos desenvolvido e orientado para a exportação da economia do país. Segundo os dados do FMI, o crescimento nestes três países para 2016 é assinalável. Para Taiwan, o organismo aponta para um crescimento de 1,5%, enquanto que para a Coreia do Sul o incremento situa-se nos 2,7%. O Vietname destaca-se neste caso particular com uma projeção de crescimento de 6,3% para 2016.
“Olho de falcão” para os grandes nomes e oportunidades
O grande pilar da entidade asiática é o “grande conhecimento da região, visto que a Mirae Asset opera num elevado numero de países na Ásia”, refere o profissional, avançando com o número de noventa mil milhões de dólares em ativos sob gestão. Grande parte desse valor está aplicado em fixed income, no entanto a classe de ações também está na mira da entidade. “Tentamos encontrar as melhores oportunidades dentro do universo de investimento”, realça Jung Ho Rhee, reforçando a ideia de que “os grandes nomes, como Samsung ou Toyota também têm de fazer parte do portefólio”. “O Japão é muito importante e precisamos de investir no país, sobretudo porque está muito integrado na região”, refere o CEO da Mirae Asset, assinalando que “é possível que dentro de três a cinco anos tenhamos uma estratégia de investimento em ações muito focada no Japão”.