Lançamento de fundos no pós-crise soberana: os fundos que celebram cinco anos de vida

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Depois da crise do subprime, foram vários os problemas financeiros que vieram à tona um pouco por todo o globo, em particular na Europa. De facto, a crise financeira revelou ser o elemento catalisador para uma outra crise, a crise da dívida soberana, que despoletou a partir de 2010, levando a que determinados países do Velho Continente, como a Grécia, Portugal e Irlanda, tenham sido forçados a pedir assistência financeira.

No rescaldo deste difícil período da economia europeia, algumas entidades nacionais tomaram a decisão de lançar novos produtos, sendo que alguns deles se focam numa classe de ativos em particular – obrigações soberanas. Neste sentido, o exercício que faremos neste artigo é olhar para os produtos que celebram o seu quinto aniversário no decorrer do terceiro trimestre deste ano.

Comecemos pelo veículo de investimento que completou cinco anos de atividade no mercado nacional no passado dia 1 de julho, o Optimize Europa Obrigações. Este é um produto que investe em obrigações europeias diversificadas, embora a sua carteira apresente uma maior preponderância de títulos de dívida governamentais e do sector financeiro – 33,7% e 51%, respetivamente. Em termos geográficos, Portugal, França e Reino Unido são as regiões com maior exposição em carteira. De facto, entre as cinco maiores posições em carteira encontramos, precisamente, obrigações soberanas portuguesas, obrigações corporativas das empresas NOS e Vodafone, e, ainda, obrigações soberanas polacas. Atualmente, o seu património sob gestão ascende a cerca de 10,69 milhões de euros.

De seguida encontramos um fundo cujo foco é por completo nas obrigações soberanas europeias, o IMGA Dívida Pública Europeia, lançado a 21 de julho de 2013. Gerido por Aitor Zubeldia e co-gerido por Duarte José, a sua carteira é totalmente composta por obrigações governamentais, sendo que entre as cinco maiores posições surgem títulos soberanos italianos, franceses, alemães e espanhóis. Destaque, também, para a exposição a dois títulos bastante peculiares, uma ao Fondo de Titulizacion del Deficit del Sistema Electrico e a outra a dívida da Comunidad de Madrid. No que diz respeito a maturidades, o período entre os sete e os dez anos é o mais preponderante, representando 61,49% da carteira. Este produto detém, atualmente, um montante de ativos sob gestão de cerca de 3,34 milhões de euros.

O seguinte produto apresenta-se como um fundo de investimento alternativo de obrigações, cujo início de atividade no mercado nacional se deu a 9 de agosto de 2013. Falamos do Santander Ibérico Premium Julho 2013, um produto cuja política de investimentos esclarece que a sua carteira será “composta por obrigações de dívida privada diversas (sénior e normal) e títulos de dívida pública dos seguintes emitentes: Reino de Espanha, Instituto de Crédito Oficial, Portugal Telecom, CaixaBank, REN, República Portuguesa e BBVA”. Outra das características deste produto é que estabelece a distribuição de rendimentos anual a partir de agosto de 2014, sendo que, atualmente, detém um património sob gestão superior a 47 milhões de euros. No prospeto do fundo da responsabilidade da Santander Asset Management é definida, ainda, a sua data de liquidação para o dia 3 de agosto de 2018. 

Por último, encontramos o único produto que “foge à regra” dos aniversariantes em análise, uma vez que é um fundo de ações – o único desta lista. Falamos do Caixagest Ações Líderes Globais, um fundo classificado com o selo Blockbuster Funds People, que foi lançado no final de agosto de 2013. Apesar de apresentar um foco de investimento global, os Estados Unidos e a zona euro são as regiões mais preponderantes em carteira, representando, em conjunto, mais de 77% da exposição geográfica global. Em termos sectoriais, os sectores tecnológico (25,69%), consumo defensivo (19,22%) e consumo cíclico (16,67%) são aqueles que maior peso apresentam. Nas maiores posições podemos encontrar nomes como o grupo LVMH, a Intel Corporation, Microsoft, Visa ou Nike.