Leilão de dívida: “Portugal acabou por se financiar a níveis mais favoráveis, o que não deixa de ser um sinal positivo para o sentimento em torno do país”.

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mesana62, Flickr, Creative Commons

A Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública fez esta quarta-feira mais um leilão de dívida de curto-prazo, neste caso um duplo leilão. Foram colocados 300 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro com um maturidade de três meses, com uma taxa de - 0,266%, que compara com a taxa negativa de 0,219% do último leilão comparável, realizado em fevereiro. Esta emissão dupla abrangeu ainda a emissão de 950 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro, com uma maturidade de 11 meses. A taxa foi igualmente negativa no valor de -0,135%, valor que compara  com os - 0,096% do último leilão comparável, realizado em fevereiro. No caso da primeira emissão a procura foi 2,5 vezes superior à oferta, e na segunda emissão a procura foi de 1,4 vezes a oferta.

Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, começa por lembrar que “o Tesouro português emitiu dívida a pagar as taxas mais baixas do ano”, emitindo assim “o montante máximo pretendido”. As taxas negativas nos dois prazos é justificada, segundo o profissional, pela “descida do prémio de risco em toda a Zona Euro”. Precisamente a “queda das taxas” é um “movimento que vimos sentido nas últimas semanas, e especialmente na última semana”.

Sentimento positivo

José Lagarto, gestor de ativos da Orey iTrade, salienta por seu lado que “apesar de algum sentimento de risco nos mercados financeiros, que levou a uma subida na volatilidade do spread da dívida soberana entre os países do sul para a alemã, Portugal acabou por se financiar a níveis mais favoráveis, o que não deixa de ser um sinal positivo para o sentimento em torno do país, a dias da reavaliação do rating de Portugal por parte da DBRS”.