Com vista a um merecido descanso nestes meses, pedimos às gestoras internacionais algumas propostas de livros. Em seguida, mostramos os livros económicos ou de mercados que nos recomendam os profissionais da indústria de fundos. Também nos deram boas ideias de leituras não económicas, que poderá encontrar noutro artigo.
Leituras para o verão 2023 (I): livros relacionados com economia recomendados pelas gestoras
Miguel Luzárraga propõe uma exploração fascinante da história da genética e da biotecnologia com o The Code Breaker de Walter Isaacson. O autor começa com a história da investigação da estrutura do ADN de Watson e Crick e explora a evolução genética desde então, desde a clonagem da ovelha Dolly à edição de genes CRISPR.
Ao longo do livro, Walter Isaacson explora as implicações éticas e sociais da biotecnologia e a forma como a genética está a transformar a medicina e a agricultura. Também destaca os cientistas e empresários que estão a liderar a revolução genética e a forma como o seu trabalho está a mudar o mundo tal como o conhecemos.
"Em suma, The Code Breaker é uma leitura fascinante para qualquer pessoa interessada em ciência e tecnologia e na forma como estas estão a transformar o nosso mundo", afirma o diretor do escritório ibérico da AllianceBernstein.
1/11Como este está a ser um bom ano para as ações japonesas, porque não dar uma vista de olhos ao livro destacado por Julien Faure, gestor da Amiral. Um antigo banqueiro, Dr. Matsumoto, faz uma análise fascinante à história das grandes aquisições realizadas por empresas japonesas no estrangeiro entre os anos 90 e 2010, a partir de uma perspetiva estratégica e de longo prazo no Japanese Outbound Acquisitions: Explaining What Works. O livro recorda-nos que as aquisições transfronteiriças bem sucedidas são a exceção e não a regra e também analisa as diferentes razões dos sucessos e fracassos.
2/11Olhando para outro setor em destaque, Youssef Lboukili, gestor da Amiral, recomenda Power Density, de Vaclav Smil. "É fascinante e coloca em perspetiva a organização do nosso sistema energético através do prisma da densidade energética. O livro é um pouco técnico, mas está muito bem conseguido pela caneta deste autor académico", afirma. Aprendemos a destacar as ordens de importância e proporciona-nos uma base de leitura muito útil que nos permite distinguir a viabilidade de determinados cenários de transição para o nosso sistema energético. Trata-se, pois, de um livro indispensável para quem pretende ter uma visão crítica dos cenários de transição do nosso sistema energético, com os pontos fortes e fracos dos meios e tecnologias que dispomos.
3/11Federico Echeverría-Torres Balbás, sales manager da Edmond de Rothschild AM, dá destaque à indústria dos dados. Alquimia, de Juan Manuel López Zafra e Ricardo A. Queralt, explica como os dados se estão a transformar em ouro.
Os dados são equivalentes ao ouro porque são infinitamente fracionáveis, permitem transações entre as partes de forma prática e simples. Além disso, tem um valor inerente que permite melhorar a posição financeira de quem o possui. Alquimia mostra como o big data e a ciência dos dados nos rodeiam e como empresas, instituições públicas, consumidores e cidadãos melhoram graças a uma tomada de decisão baseada em dados.
O livro mostra como a digitalização da nossa atividade, internet e a multiplicação de conexões de dispositivos eletrónicos graças à internet das coisas fazem com que os dados dominem completamente o nosso ambiente. Para manter uma vantagem competitiva, as empresas, partidos políticos e qualquer instituição devem ter em conta a ciência dos dados e as novas tecnologias se quiserem redirecionar a eficiência da comunicação corporativa e os processos eleitorais.
4/11Porque perceber o mundo e a forma como as nações interagem continua a ser algo difícil de perceber mesmo em 2023, Jorge Diaz, diretor de Vendas da Eurizon, sugere-nos a leitura do livro Princípios para lidar com a nova ordem mundial: porque falham e triunfam as nações, do investidor Ray Dalio.
“O conhecido empreendedor e investidor Ray Dalio, membro do Top 100 de pessoas mais ricas e influentes do mundo, apresenta na sua obra Princípios para lidar com a nova ordem mundial: Porque falham e triunfam as nações, a forma como ele, graças à sua experiência pessoal de toda uma vida e ao conhecimento adquirido através da interação com os líderes intelectuais das últimas décadas, conseguiu identificar que os grandes ciclos económicos e sociais se sucedem ao longo da história da humanidade com bastante similitude, sempre liderados por um determinado país que estende o seu domínio 150-200 anos antes da sua decadência e antes que o seu lugar seja ocupado por outro”.
A organização do livro é feita em três partes. Na primeira, explica-se “como funciona a sua metodologia sobre como medir o poder total dos impérios, através de um índice composto por diferentes fatores”. Na segunda parte “analisam-se os casos individuais dos países nos últimos 500 anos, seguindo todo o processo, desde o auge até ao declínio”. A terceira parte, por fim, “trata de analisar com o que nos deparamos no futuro tanto a nível global, como a nível individual nos principais países do mundo”. Segundo o profissional, “a linguagem e a terminologia utilizadas são relativamente simples” e, de facto, o livro inclui um endereço web para aprofundar certos conceitos.
Como conclusão, Jorge Díaz afirma: “Desde que o autor se lembra, reconhece que é a primeira vez que se apercebe de uma ameaça real ao domínio global dos Estados Unidos. Como muitos poderão adivinhar, é a China”.
5/11A Franklin Templeton destaca o livro de Tal Ben-Sharar intitulado Happier, no matter what.
O pioneiro psicólogo positivo e autor bestseller do New York Times destrói as ideias demasiado comuns de que o sucesso traz felicidade e que podemos procurar a própria felicidade. Quando os tempos difíceis impedem o nosso sucesso e roubam a nossa alegria, estas ideias convidam ao desespero, deixando-nos sem nada para fazer.
6/11Paola Delgado, diretora-executiva da Goldman Sachs AM, recomenda o livro Creativity Inc. de Ed Catmull. “Um grande livro sobre liderança e gestão de talento que, apesar desses dois temas, não é nada aborrecido. Ed Catmull utiliza exemplos dos filmes da Disney e Pixar que animou para exemplificar como a criatividade é necessária em qualquer organização ou cultura, caso contrário corre-se o risco de se tornar irrelevante”.
7/11Não podia ser um tema mais em voga e que, seguramente, terá algum impacto na gestão de ativos. Do que é que falamos: da inteligência artificial, está claro. Com tantas notícias a emergir sobre o assunto importa também perceber e explorar o nascimento desta indústria.
Foi o que fez Mario Aguilar, da equipa de Construção e Estratégia de carteiras, Janus Henderson, através do livro The Dream Machine: J.c.r. Licklider and the Revolution That Made Computing Personal, de M. Mitchell Waldrop. Como nos conta o profissional “com a inteligência artificial na moda e as maiores empresas tecnológicas do mundo a demonstrarem avanços nesta área, é muito interessante ler acerca do nascimento desta indústria. Embora o início da computação tenha raízes na década de 1820, os avanços tecnológicos relativamente ao computador pessoal podem relacionar-se com o que aconteceu desde os anos 1950”. O livro escolhido pelo profissional conta, portanto, a história de JCR Licklider, um psicólogo norte-americano considerado uma das figuras principais das ciências informáticas.
“Licklider já estava por dentro da existência de computadores mecânicos e estava a estudar o cérebro humano. O seu interesse na informática resultou dos seus estudos da mente humana; ele queria criar um modelo mecânico da mente para entender como funcionava o cérebro humano. Esta procura levou-o a formar equipas de investigação e de engenharia que criaram os primeiros sistemas informáticos interativos, os interfaces gráficos e a criação da internet”, conta Mario Aguilar.
Apesar do livro contar muito sobre a vida de Licklider, é também “um resumo do avanço tecnológico ocorrido entre 1950 até 1990 e detalha o início de tudo o que damos por garantido quanto à informática”.
8/11É também sobre megatendências que fala o livro destacado por Blanca Gómez de Agüero, suporte de Vendas e client servicing manager na J. Safra Sarasin Sustainable AM: 2030: How today’s biggest trends will collide and reshape the future of everything, de Mauro F. Guillén, professor e vice-reitor na The Wharton School. O livro aborda oito megatendências: menos crianças, novas gerações, novas classes médias, mais mulheres ricas, estilos de vida urbanos, disrupção tecnológica, economia colaborativa e criptomoedas.
"Explica de forma divertida e com dados as principais megatendências que estão a mudar o mundo tal como o conhecemos. Muitas delas são bastante conhecidas como o envelhecimento da população, a economia colaborativa e os estilos de vida mais urbanos, embora as anedotas e dados que fornece não deixem de surpreender. Outras tendências menos comuns são o aumento da população em África e os seus avanços tecnológicos na agricultura e telecomunicações", afirma Blanca Gómez de Agüero.
9/11Felipe Lería, responsável de negócio institucional para a Península Ibérica e América Latina da Union Bancaire Privée destaca dois livros que falam de superação, estatística, esforço e do momento e do lugar adequado, tudo relacionado com o setor financeiro.
"O primeiro seria Outliers, de Malcom Gladwell". Partindo da pergunta “por que é que algumas pessoas conseguem mais do que outras?” Gladwell analisa tudo, desde estrelas de rock a atletas profissionais ou multimilionários do software, para demonstrar que a história do sucesso é muito mais surpreendente e fascinante do que poderíamos imaginar. "Revela que é tanto sobre de onde vimos e o que fazemos como sobre quem somos, e que ninguém, nem mesmo um génio, o consegue fazer sozinho", afirma o profissional.
"Outro livro que me interessou após ver o seu documentário foi o do fundador da Nike, Phil Knight". Este livro narra na primeira pessoa a autêntica história por detrás da empresa fundada em 1962, no livro Correr para vencer, "um dos favoritos de Bill Gates e André Agassi”, conclui.
10/11A proposta de Ricardo Comín, diretor comercial da Vontobel para a Península Ibérica, fala de grandes executivos. "Correr para vencer não é só um livro extremamente divertido, como também nos faz refletir sobre algumas coisas", assegura. Só as empresas com planos estratégicos super inteligentes têm sucesso, ou será que as que se adaptam mais rapidamente aos imprevistos também o conseguem? Até que ponto é importante um bom financiamento? Como a falta do mesmo pode levar para a frente um negócio que já funciona muito bem em vendas.
Outro ponto interessante é como estar atento a todo o tipo de ideias e aproveitá-las bem nos leva a dar uma nova volta e a diferenciar-nos da concorrência. Por fim, é uma aventura de uma série de executivos loucos, mas com uma grande convicção e determinação, que decidem avançar sempre e efetivamente nunca parar com soluções tão geniais como improvisadas. "O livro é um verdadeiro pesadelo para os viciados em consultoria e para os próprios consultores", afirma Ricardo Comín.
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