Apesar da já longa relação do banco Itaú com o mercado nacional, as operações do Itaú Private Bank via o serviço de consultoria de investimentos em território nacional apenas tiveram início em 2020. Por essa altura, e como comenta Luiz Estrada, responsável comercial na instituição financeira brasileira e o responsável pelo segmento de banca privada em Portugal, observaram um aumento significativo nos pedidos de informações sobre redomicílio para Portugal e, em menor escala, para outros países da União Europeia. Como resposta à vontade dos clientes de se manterem ligados a uma instituição com a qual já trabalhavam, foi decidida então a criação de uma estrutura em Portugal.
“Com um pouco de atraso por via da pandemia, a nossa plataforma de consultoria de investimento iniciou suas atividades no segundo semestre de 2020. Nasceu dentro da nova licença bancária que o Itaú recebeu em Portugal em janeiro de 2020, o que traz muitas sinergias para o negócio principalmente pelo conhecimento do lado regulatório, além de ser extremamente complementar com as demais unidades externas do Itaú em Zurique e Miami”, diz Luiz Estrada.
Numa fase inicial o foco da atividade é nas famílias brasileiras com perfil de património elevado ou muito elevado que se relocalizaram em Portugal, ou que são residentes noutros países da União Europeia e que possam ser apoiados pelo banco desde Portugal. “Porém, temos sido agradavelmente surpreendidos pelas oportunidades que já surgem junto de famílias portuguesas que, por qualquer motivo, já haviam tido alguma experiência no passado com o Itaú, seja por passagens pelo Brasil ou por relações do lado corporativo. É interessante ver nesses casos como os clientes se surpreendem com a profundidade da plataforma internacional do Itaú Private”, comenta o responsável pela banca privada do Itaú em Portugal.
Oferta de serviços
Na vertente de consultoria para investimento, neste momento oferecem em Portugal o serviço de aconselhamento não independente, sendo que os clientes podem escolher entre Zurique e Miami para abrir as suas contas. “A nossa oferta de produtos está vinculada aos produtos distribuídos por ambas as unidades, sempre validando nos nossos comités locais”, esclarece o profissional.
O aconselhamento independente, numa lógica de multi family office, não está ainda disponível na plataforma internacional, sendo apenas providenciado “pelo Itaú Family Office, baseado em São Paulo”. Em relação à gestão discricionária esta é garantida pela Itaú Asset através de fundos de fundos perfilados estabelecidos no Luxemburgo, complementada com uma oferta diversa de hedge funds e fundos de retorno absoluto. No caso dos clientes ultra high net worth, existe ainda uma oferta de carteiras discricionárias através de separately managed account via Miami ou fundos exclusivos onde a gestão é feita pela própria Itaú Asset.
Por fim, no que se refere à oferta de unit linked, Luiz Estrada aponta que recentemente cadastraram-se como “banco custodiante junto do regulador de Luxemburgo”, primeiro com a unidade de Miami, tendo também já iniciado o processo com a unidade de Zurique. O profissional conta que o objetivo é poderem “atender os clientes interessados na plataforma, e que façam a gestão dos seus ativos através das apólices”.
Na edição número 38 da Revista FundsPeople (maio e junho) pode ler em maior detalhe como se desenham os processos da unidade de private banking do Itaú em Portugal.
