Maior acalmia nos mercados

O mercado bem precisava de alguma calma e os bancos centrais vieram em seu auxilio e para já, tudo parece mais calmo.

Com mais promessas de ação por parte de Mario Draghi e com o mercado menos nervoso em relação à evolução da economia chinesa, esta semana tudo parece mais tranquilo, com as devidas repercussões nos diversos mercados.

O mercado assume que o BCE vai avançar com mais estímulos, tal como foi admitido por Mario Draghi, mas o mercado, aparentemente, desconta medidas com mais impacto do que aquelas que o BCE estará disposto a aprovar.

Na China, depois de muita especulação sobre as variações dos dados conhecidos referentes ao crédito concedido, eis que em janeiro se estabeleceu um novo recorde em novos empréstimos, com 385 mil milhões de dólares concedidos, cinco vezes mais em relação do número de dezembro.

Várias razões podem ser apontadas para esta subida vertiginosa dos empréstimos atribuídos.
Os financiamentos a médio e longo prazo por parte das empresas subiram mais de 70% e por parte das famílias subiram 45%. Os bancos, no primeiro mês do ano, costumam expandir os seus balanços de uma forma muito agressiva e os investimentos do governo em infraestruturas para ajudar a incentivar a economia também aumentaram consideravelmente.

Estas políticas monetárias expansionistas adoptadas um pouco por todo o mundo cria um incentivo ao endividamento por parte das pessoas e das empresas, ao adoptar taxas de juro zero ou abaixo de zero, como se verifica.

A antecipação do consumo e do investimento gera crescimento a curto prazo , mas somente adia o problema, já que não foram adoptadas reformas estruturais que sirvam de base a um crescimento sustentado a médio e longo prazo.

Pode ter resultado em 2008, no auge da crise financeira, mas a eficácia dessas medidas vai diminuindo com o tempo. Já estamos com as taxas abaixo de zero, até onde os bancos centrais estão dispostos a ir?

O preço do petróleo, que por estes dias é um dos principais drivers do mercado, estabilizou um pouco na sequência do acordo entre a Arábia Saudita, a Rússia, a Venezuela e o Catar, que visa o congelamento da produção de petróleo a níveis de janeiro.

O mercado está céptico quanto ao alcance da medida avançada por esses quatro países produtores dada a ausência de outros produtores de relevo, com destaque para o Irão, que depois de vários anos de embargo não deverá ter muito interesse em fazer abrandar a sua produção.

 

(imagem: Wendy Longo photography, Flickr, Creative Commons)