Mais subscritos: Ações continuam a dominar, mas obrigações ganham terreno

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“Novembro foi um mês positivo para os principais índices acionistas europeus e norte-americanos, impulsionados pelo otimismo no acordo entre os EUA e a China”, começa por explicar Bruno Pinhão, gestor de Produto –Investimentos do ActivoBank. O especialista refere que os “indicadores macroeconómicos trouxeram sinais encorajadores com a economia norte-americana a crescer acima do esperado no terceiro trimestre, os dados de imobiliário a mostrarem nova tração e as encomendas de bens duradouros a deixarem bons sinais ao investimento”. Na zona euro, “o mês foi pautado por melhoria do sentimento económico e alívio do ritmo de contração na indústria”, explica. As eleições no Reino Unido dominaram o mês e as sondagens atribuíam ao Partido Conservador uma maioria parlamentar que acabou por se concretizar na passada quinta-feira.

Do lado dos clientes do ActivoBank, Bruno Pinhão conta que os investidores focaram-se nos fundos de ações, em particular, “fundos com exposição a tecnologia e a saúde, os sectores com melhor performance em novembro”. Os investidores da entidade “optaram ainda por exposição a mercados emergentes, agora que se coloca em boa perspetiva um acordo entre os EUA e a China”, revela. O profissional destaca ainda para a preferência dos investidores pela sustentabilidade, com dois fundos entre os mais subscritos em novembro.

Relativamente ao Banco Carregosa, Tiago Gaspar, responsável pela análise e seleção de fundos, explica que no mês de novembro houve “um apetite muito forte por fundos de obrigações”. Para a entidade, novembro revelou ser o mês com maior inflow do ano. O profissional conta que os “fundos com mandatos unconstrained, como investment grade europeu, tiveram fortes subscrições”. “Na classe acionista a preferência tem recaído no sector tecnológico, saúde e no tema de fortes marcas, i.e., preferência por sectores que se esperem mais resilientes nos próximos trimestres”, explica Tiago Gaspar.

Os clientes do Banco Best também revelaram uma preferência por fundos de ações. Rui Castro Pacheco, diretor adjunto da entidade, revela que no top de subscrições marcaram presença “alguns fundos temáticos como o Pictet Water, que investe em empresas que tenham interesses na captação, tratamento e distribuição de água, o BlackRock World Healthscience, que investe em empresas do setor da saúde, e os BlackRock World Technology e Franklin Technology, que investem em empresas do setor tecnológico”.

Rui Castro Pacheco conta que os investidores  também procuraram “fundos com perfil de risco mais conservador que investem em obrigações”, como por exemplo o Pictet EUR Government Bonds, um fundo que investe em obrigações governamentais europeias. “Olhando para as atuais yields deste tipo de dívida, este tipo de investimento pode remeter para a procura por um ativo que possa servir de refúgio numa altura de maior risco nos mercados”.

Numa categoria de risco intermédia, podemos encontrar dois fundos multi-ativos,  o Acatis Gané Value Event e o BlackRock Managed Index Portfolios Moderate. Quanto a este último, a decisão de distribuição dos ativos é a componente mais importante. “Uma vez tomada a decisão de que tipos de ativos devem construir a carteira, a BlackRock distribui os investimentos pelos seus ETFs de modo a manter os custos de gestão o mais controlados possível para conseguir otimizar o retorno para o investidor final”, explica o profissional.

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