Bruno Pinhão, gestor de produto do ActivoBank, e Rui Castro Pacheco, diretor adjunto de investimentos do Banco Best, analisam o comportamento do mercado dos fundos estrangeiros durante o mês de junho.
O mês de junho deu início ao verão e com ele veio um sentimento positivo para o mercado de ações, possivelmente motivado pelas posturas adotadas pelos bancos centrais. “A FED demostrou uma postura mais dovish, defendeu taxas de juro estáveis, bem como possíveis cortes no futuro.”, revela Bruno Pinhão. Já sobre a Europa, o especialista afirma que o BCE pondera a possibilidade de estímulos adicionais caso o outlook económico não melhore e a inflação se mantenha em níveis baixos.
O profissional do ActivoBank destaca ainda os “sinais de otimismo que colocam em vista um acordo entre os EUA e a China no âmbito da guerra comercial, que contribuíram também para a confiança nos principais índices acionistas”. Apesar do abrandamento da guerra comercial, “as tensões geopolíticas entre os EUA e o Irão, bem como o comprometimento de cortes adicionais entre produtores de petróleo acabaram por puxar pelos preços da matéria-prima e isso refletiu-se na boa performance do setor Energético”, destaca Bruno Pinhão.
Quanto ao comportamento dos investidores do ActivoBank, em junho, estes “deram preferência a fundos de investimento de ações, com exposição ao mercado norte-americano, europeu e global, motivados pelo otimismo sentido durante o mês, tendo os EUA sido a geografia que apresentou melhor performance”, revela Bruno Pinhão. Além disso, os clientes do ActivoBank optaram por entrar em estratégias mais defensivas, identificando-se dois fundos de cariz mais conservador entre os mais subscritos.
Investidores do Banco Best
Do lado do Banco Best, no mês de junho o top foi uma vez mais composto maioritariamente por fundos de ações com sete produtos a figurar na tabela mantendo-se também a preferência pelos temas tecnológicos.
Segundo Rui Castro Pacheco, diretor adjunto de investimentos, “as escolhas deste mês vão muito em linha com as dos últimos meses, com alguns fundos mais abrangentes e globais como os BlackRock World Technology e Franklin Technology, uma preferência mais específica pelos EUA, com o JPMorgan US Technology, e uma preferência ainda mais concreta pelo tema da Inteligência Artificial com o Allianz Global Artificial Intelligence”.
Apenas um fundo multi-ativo surge no top, o habitué Acatis Gané Value Event com a “eficiente gestão das boutiques Acatis e Gané, a primeira a gerir uma componente de investimento em ações e obrigações de empresas mais “Value” e a segunda a tomar conta dos investimentos em empresas que estejam a passar por um qualquer tipo de evento (“Event”)”, menciona Rui Castro Pacheco.
O profissional refere que relativamente aos fundos de obrigações presentes no top, surgiu o Eurizon Bond JPY, voltando a verificar-se uma procura pelo PIMCO Income. “Se o fundo da PIMCO é um “todo o terreno” com uma gestão muito flexível e que pode investir em vários segmentos de dívida, o fundo da Eurizon é um fundo que investe exclusivamente em dívida japonesa, eventualmente clientes a procurarem o iene como uma moeda de refúgio ou de diversificação nas suas carteiras”, revela o profissional.