Moderação da recessão no primeiro trimestre deverá continuar no segundo

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Osvaldo Gago, Wikimediacommons

Os dados relativos ao Produto Interno Bruto (PIB) para o primeiro trimestre, com uma contracção de 0,4% t/t confirmaram a moderação da recessão no país, refere o BBVA Research, no Observatório Económico para Portugal, estimando que essa moderação continue este trimestre.

“O INE, na sua segunda estimativa, reviu em baixa (-0,1pp) o crescimento do primeiro trimestre de 2013, fixando-se em -0,4% t/t (BBA: -0,5% t/t), confirmando a moderação significativa no ritmo de queda da actividade em relação ao trimestre anterior (-1,8% t/t)”.

Na nota sobre Portugal, o BBVA refere que a queda trimestral no PIB “se deveu, principalmente, ao contributo mais negativo da procura interna, essencialmente devido ao forte contributo negativo do stock de existências, reflectindo as fracas expectativas de procura futura, enquanto que a queda tanto do consumo privado como do investimento abrandou significativamente”, em conformidade com as suas expectativas.

“A surpresa positiva resultou do comportamento da procura externa”, é referido no mesmo documento, “com as exportações a crescerem mais que o previsto”.

Analisando o segundo trimestre, os dados quantitativos disponíveis indicam que “a procura interna permaneceria débil enquanto que a procura externa continua a ser a única fonte de crescimento”. A confiança na economia portuguesa melhorou e o emprego continua a mostrar sinais de debilidade, é ainda referido.

Com os dados disponíveis para o segundo trimestre, sobretudo os relativos à confiança até ao mês passado, “o nosso modelo MICA-BBVA estima que a contracção económica no segundo trimestre se atenuaria ainda mais  (-0,3% t/t face a -0,4% no primeiro trimestre), face à estabilização que contemplávamos no nosso cenário macroeconómico para este trimestre”, é referido no documento. Não obstante, acrescenta a equipa do BBVA Research, “este dado um pouco menos favorável do que o previsto seria compensado com a ligeira surpresa positiva do primeiro trimestre”, pelo que mantêm a previsão “de uma queda do PIB de 2,3% para o conjunto do ano de 2013, com a actividade a crescer ligeiramente no segundo semestre, suportada pelo bom desempenho das exportações, o que deverá traduzir-se igualmente numa recuperação gradual do investimento”, referem no Observatório Económico para Portugal.