O responsável de Vendas Internacionais para Portugal e Espanha da DPAM, falou-nos sobre as vantagens da alocação a ações multitemáticas.
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O responsável de Vendas Internacionais para Portugal e Espanha da DPAM, Nicolas Da Rosa, falou recentemente com a FundsPeople sobre as vantagens da alocação a ações multitemáticas.
Por que razão faz sentido alocar a ações multitemáticas nesta altura?
Em geral, do ponto de vista da diversificação, é sempre melhor investir em ações multitemáticas do que num único tema. Isto ajuda a ter um risco mais baixo. Não creio que as taxas de juro irão continuar a subir, pois há demasiado risco macro no downside. Por conseguinte, não se trata de reavaliações impulsionadas pelo aumento das taxas de juro, como no ano passado, mas pelo crescimento subjacente dos lucros das empresas do fundo. Acredito que estamos expostos a um conjunto de empresas excelentes e diversificadas, equilibrando o risco com boas perspetivas para os retornos a longo prazo. Isto é visível na performance year-to-date.
Os resultados das empresas têm sido muito bons. Temos uma exposição significativa a temas excelentes como a Inteligência Artificial, sustentabilidade, cirurgia minimamente invasiva, ciências da vida e a marcas da geração Z, etc. Comprámos algumas empresas mais defensivas este ano (Cellnex. LSE, Rope, Topicus, Linde, Rightmove, Eurofins), focámo-nos novamente nos melhores nomes de hypergrowth (Crowdstrike, Datadog, Cloudflare) e estamos seletivamente a adicionar interessantes mid-caps (Inspire, Paragon 28, Kornit Digital, Nordic Semi com valorizações atrativas).
Assim, os bons resultados, o crescimento dos lucros corporativos, o reinício da valorização, o ciclo de subida das taxas de juro quase a terminar com a queda da inflação e um cenário de aterragem suave, devem ser argumentos fortes para considerar novamente as ações multitemáticas. As ações multitemáticas devem fazer sempre parte de qualquer carteira.
O que mais diferencia a carteira do DPAM B Equities NEWGEMS Sustainable?
Foco único em sete temas inovadores e disruptores de crescimento a longo prazo resumidos no acrónimo NEWGEMS. Somos principalmente investidores bottom-up. Investimos em empresas com boas trajetórias de crescimento dos lucros a longo prazo e com valorizações aceitáveis. Não vamos mudar a filosofia ou processo com base em alterações na política monetária. No entanto, temos em conta situações macro quando construímos a carteira.
Um exemplo disso é a nossa abordagem barbell, em que compensamos uma long tail em fase inicial de empresas de elevado crescimento e valorização mais elevada, com investimentos mais maduros, diversificados e baratos. Também podemos reajustar as ponderações para um dos lados, com base no risco/recompensa relativo e nas perspetivas macro.
Que características e qualidades da carteira se destacam como resultado do processo de investimento?
O processo de investimento do NEWGEMS resulta num portefólio composto por 80 empresas numa mistura de filtros financeiros e ESG. Com base nos sete temas em que o fundo está sempre presente, investimos apenas nos melhores dos melhores. Focámo-nos em setores e segmentos de negócio com elevado potencial de crescimento a longo prazo.
Após o filtro de dimensão mínima (mínimo de 300 milhões de dólares), temos um intervalo de exclusão no nosso requisito FCF, pelo que nem todas as nossas empresas precisam de ter uma forward FCF/EV yield a dois anos de, pelo menos, 4%. Em terceiro lugar, e mais importante, a maior restrição ao número de ações que analisámos são os temas que investimos. Diria que provavelmente 70% de todas as ações são excluídas por não se enquadrarem nos temas do NEWGEMS. Além disso, quando identificamos os temas em que investimos, analisamos também a cadeia de valor e apenas consideramos empresas situadas na parte da cadeia de valor que consideramos passível de investimento. Uma vez identificadas algumas empresas de que gostamos do ponto de vista da cadeia de valor, voltamos a excluir as piores empresas por motivos ESG.
Acreditamos firmemente numa abordagem qualitativa ao ESG. Um perfil ESG é muito difícil de resumir numa pontuação. O primeiro passo é excluir empresas que não aderem ao Pacto Global das Nações Unidas, ativas em setores controversos e empresas com elevados níveis de controvérsia. Numa segunda etapa, a nossa abordagem qualitativa bottom-up do scorecard irá destacar para cada KPI e risco material de ESG a empresa com pior pontuação na sua classe em comparação com os seus pares diretos.
Se uma empresa estiver classificada nos últimos 20% em dois dos quatro riscos ESG e governação corporativa, não podemos investir nesse nome e é necessário engagement antes do investimento. Nos casos em que as empresas obtêm melhores resultados, mas em alguns riscos ESG é a pior da sua classe, o engagement é encorajado.