Nos mais subscritos de outubro as palavras de ordem foram “segurança” e “equilíbrio”

6154794994_7049481a19
Levi Blanco, Flickr, Creative Commons

Recuperados dos meses de agosto e setembro, os investidores viram-se obrigados a parar e a respirar fundo. Os clientes das três plataformas nacionais que distribuem fundos de investimento estrangeiros – Banco Best, BiG e ActivoBank, não foram claramente exceção. Na lista de produtos mais subscritos em outubro nos “supermercados de fundos”, os fundos de ações continuaram a marcar presença, mas existiram outras opções em que se leem as palavras “segurança”, “diversificação” e “equilíbrio” nas entrelinhas.

Porque nunca é demais lembrar qual foi o cenário macro em outubro, João Graça, do ActivoBank, resume e recorda que este foi um mês em que “quase todos os ativos financeiros recuperaram das quedas do final do verão”, e que ao mesmo tempo ficou marcado “pelos cortes de taxas de juro e outras medidas de alargamento de “quantative easing” em alguns países europeus e no Oriente”. O Banco Central Europeu, por sua vez, “opta por apenas assegurar ao mercado que está pronto a fazer mais caso seja necessário”, enquanto “no polo contrário, os EUA apesar de a economia estar numa fase de recuperação com alguns bons indicadores, optou pela manutenção das taxas de juro, mas assinalando uma possível subida em dezembro”.

Perante este cenário, Isabel Soares, gestora de produto do BiG, salienta que a recuperação da generalidade dos mercados acionistas em outubro fez com que se voltassem a “a registar inflows significativos nos fundos de investimento e nos produtos com enfoque nesta classe de ativos", ganhando "nova expressividade na lista de fundos mais subscritos". 

Fundos mistos realçaram as palavras "diversificação" e "segurança"

Contudo, muito embora o apetite  por risco tenha dado sinais no décimo mês do ano, a profissional indica que se tornou “clara uma crescente preocupação com o equilíbrio de riscos nas carteiras”. “A percepção de que os cenários de elevada volatilidade poderão ser uma tendência ao longo dos próximos períodos tem favorecido a procura por soluções equilibradas que permitam um balanceamento dos riscos”, explica a profissional, que aponta que o “Nordea Stable Return (fundo misto defensivo) recuperou a sua posição no topo da lista de produtos mais subscritos”.

Na mesma perspetiva, João Graça indica que observaram que os investidores modificaram “as suas carteiras na procura de uma maior segurança a curto prazo, optando por fundos mais globais e com um bom track record no binómio risco – performance”. Nos clientes mais agressivos indica que assistiram “a um regresso ao investimento na China, agora que esta mostrou alguma iniciativa para reanimar e dinamizar a sua economia”.

No caso do Banco Best, Rui Castro Pacheco, head of asset management, também indica novidades no que toca a um nível de risco intermédio. Para além dos dois fundos mistos que já costumam ser assíduos no top - Stable Return da Nordea e o Global Total Return da MFS – aparece um “fundo gerido pela Marshal Wace com técnicas alternativas que permitem ter posições longas e curtas em ações, posições essas que resultam numa neutralidade face aos movimentos de mercado, daí o nome Market Neutral”. O profissional esclarece que “esta técnica visa gerar retorno em qualquer situação de subida ou descida dos mercados, beneficiando do diferencial de performance entre as ações de que gostam (posições longas) e as que não gostam (posições curtas)”.

No que toca ao perfil de maior risco da entidade falam de “uma preferência pelos mercados europeus”. Indica que “se por um lado se manteve o interesse em fundos mais generalistas como os European Opportunity Unconstrained e o European Growth, geridos pela UBS e pela Jupiter, respetivamente”, por outro, “também aparece um fundo dedicado às pequenas e médias capitalizações europeias, o European Smaller Companies da MFS”. As duas opções restantes neste sentido foram “apostas mais globais, sendo uma mais generalista, com o Global Structured Equity da Invesco, e outra especificamente dedicada ao tema “saúde” com o Global Healthscience da BlackRock”.

No BiG, por seu turno, no campo das ações, Isabel Soares indica que metade da lista ficou composta por este tipo de produtos, estando entre eles “o Invesco Pan European Structured EquityAXA R. Global Equity Alpha ou Pioneer Fund Global Equity Target Income”.

Nas obrigações a flexibilidade mantém-se

Ainda no BiG, nas obrigações, “destacaram-se os inflows nos produtos Pimco Unconstrained Bond (fundo flexível de obrigações globais), no BNY Mellon Euroland Bond ou no fundo de obrigações convertíveis Schroder ISF Global Convertible Bond”. Já no Best, no que toca aos fundos conservadores, da categoria de obrigações, apresentam no " TOP o Dynamic Bond, fundo gerido de forma muito dinâmica e flexível pela Jupiter e que nos tem acompanhado desde há bastantes meses”. No mês, neste âmbito, “temos também um fundo que investe especificamente em obrigações emitidas por governos, gerido pela JPMorgan”.

Fundos estrangeiros mais subscritos nas plataformas em outubro

 

Best

ActivoBank

BiG

1

Nordea-1 Stable Return Fund E EUR

 

UBS (Lux) SF Balanced (EUR) N Acc

Nordea 1 Stable Return Fund

 

2

Merrill Lynch Investment Solutions - Marshall Wace Tops UCITS Fund (Market Neutral) C EUR Acc

Parvest Bond Euro Government N

Invesco Pan European Structured Equity

 

3

MFS® Meridian Funds - European Smaller Companies Fund Class A1 EUR Acc

Amundi F Equity Greater China SU

PIMCO Unconstrained Bond

 

4

MFS® Meridian Funds - Global Total Return Fund Class A1 EUR Acc

UBS (Lux) EF Canada (CAD) P Acc

AXA R. Global Equity Alpha

 

5

UBS (Lux) Equity SICAV - European Opportunity Unconstrained (EUR) P-acc

SISF Euro Equity B

BNY Mellon Euroland Bond P

 

6

BlackRock Global Funds - World Healthscience Fund E2 USD EUR

 

BNY Mellon Global Real Return A

Pioneer Fund Global Equity Target Income

7

The Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond Class L EUR Q Inc

Fidelity F Global Technology E

Henderson H PanEuropean Alpha

8

Invesco Funds - Invesco Global Structured Equity Fund E

 

UBS (Lux) SF Growth (Eur) N Acc

Schroder ISF Global Convertible Bond

 

9

The Jupiter Global Fund - Jupiter European Growth Class L EUR Acc

Fidelity F Euro Bond A

JPMorgan Global Capital Appreciation

10

JPMorgan Funds - Global Government Bond D (acc) – EUR

 

Franklin India N

Fidelity Funds - Global Dividend Fund

Fonte: informação cedida pelas três entidades