Novo record atingido nos fundos domiciliados no Luxemburgo

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James Duckworth, Flickr, Creative Commons

A tendência positiva na indústria de fundos que se iniciou em 2013, ganhou ainda mais consistência em 2014. Quem o diz é a Associação da Indústria de fundos Luxemburguesa (ALFI), que no seu último relatório anual indica que os ativos sob gestão dos fundos de investimento domiciliados no Luxemburgo alcançaram um novo record de 2.742,208 mil milhões de euros, no fecho de abril de 2014.

Durante o primeiro trimestre de 2014 os ativos sob gestão cresceram cerca de 94 mil milhões de euros, impulsionados por captações líquidas na ordem dos 68 mil milhões de euros. Em 2013 o Luxemburgo atraiu entradas de dinheiro na ordem dos 193 mil milhões de euros, o que representa 47% do total das captações líquidas europeias, enquanto 129 novos promotores de fundos escolheram o Luxemburgo para domiciliar esses produtos, dos quais 31% estão fora da Europa.

Bons resultados, mas desafio continua

Apesar do sucesso do Luxemburgo, o presidente da ALFI, Marc Saluzzi, acredita que o contexto global da indústria de fundos continua a ser um desafio. Ele explica: “A ameaça de um imposto sobre as transações financeiras, as hesitações da União Europeia relativamente aos fundos de mercado monetário, e a extensão da Directiva sobre Mercados de Instrumentos Financeiros (MiFID II), ainda criam algum nível de incerteza para a nossa indústria e os seus investidores. Acrescido a isto, existe também um número crescente de jurisdições que estão a fazer esforços para “imitar” o modelo luxemburguês de forma a competir com os nossos produtos no espaço transfronteiriço". 

Reforçar liderança

O relatório dá ainda conta da nova iniciativa da ALFI, que pretende melhorar a extensão do serviço do Luxemburgo e fazer com que o país continue a ser a região líder ao nível dos fundos de investimento na Europa. O “Footprint Project” é um estudo realizado recorrendo a vários gestores de fundos internacionais e fornecedores de serviços a operar fora do Luxemburgo, debruçando-se sobre como é que eles pretendem desenvolver a sua marca de serviço, tanto no Luxemburgo, como noutras regiões.

Comentando o resultado inicial do estudo, Marc Saluzzi referiu ainda que “o resultado inicial é positivo, com todas as entrevistas a confirmarem que o Luxemburgo continuará a ser a pedra angular do negócio dos fundos a nível global. Uma grande oportunidade para a qual estamos a olhar é também servir o negócio não-luxemburguês de gestores de fundos, aproveitando a infra-estrutura do Luxemburgo. A tendência neste sentido é encorajadora”.